Desporto

Académica concretiza sonho de atingir elite do futsal feminino

Fotografia cedida por Carlos Clemente

Apesar de não constituir principal objetivo da temporada, subida é “cereja no topo do bolo”, segundo presidente da SF/AAC. Manutenção é maior desafio para o futuro. Por Francisco Barata e Débora Cruz

A Académica alcançou este fim de semana a subida à Primeira Divisão do futsal feminino português. A promoção foi conseguida após a vitória frente à Escola de Gondomar, o que assegurou o segundo lugar na fase de subida da Segunda Divisão. 

Para o presidente da Secção de Futsal da Associação Académica de Coimbra (SF/AAC), Carlos Clemente, chegar ao patamar mais elevado da modalidade é como uma “cereja no topo do bolo”. O treinador da equipa, João Soares, reforça que o feito provoca uma “sensação de orgulho e de realização pessoal e coletiva difícil de igualar”. O técnico explica que o conjunto que iniciou o projeto na secção começou por ser “um grupo de meninas que tinham apenas o simples gosto de jogar futsal” e que, com esforço, conseguiram crescer. 

A capitã da equipa, Sónia Ferreira, enfatiza que atingir o mais alto patamar do futsal feminino é uma “recompensa enorme”. A desportista explica que, em épocas anteriores, estiveram perto, mas acabaram por cair nos últimos jogos, o que leva a que esta vitória seja fruto de “muitos anos de trabalho”. Para a atleta, o momento alto da época foi a disputa do jogo em casa contra o Carnide. “Sentir que a cidade se mobilizou e ver tanta gente no pavilhão foi indescritível”, declara.

Apesar desta conquista, o presidente da SF/AAC lamenta a falta de apoios financeiros. “É necessário saber o que a secção pode esperar a nível de contributos por parte da Direção-Geral da AAC (DG/AAC)”, reitera. Carlos Clemente reforça a necessidade de entender se a DG/AAC está interessada em manter a modalidade no seu seio. “A DG/AAC tem de garantir horas de treino suficientes para a modalidade evoluir, não há espaços para formar um escalão de juniores, e a secção quer criar esse escalão”, reivindica.

O treinador argumenta que existe um “défice claro de instalações desportivas” na cidade de Coimbra. João Soares considera que a falta de espaços é, muitas vezes, o “principal estrangulador do crescimento das secções” e reforça que é necessário existir uma maior organização. “As instalações desportivas não podem representar um custo, mas sim um investimento por parte da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), para que os clubes promovam o seu trabalho”, assevera.

Em relação ao desporto de Coimbra, João Soares sugere que é importante refletir sobre a razão pela qual “tão poucas equipas conseguem chegar ao patamar mais alto das modalidades”. O técnico atesta que o principal desafio para o desporto é “desbravar caminho” para que mais pessoas consigam alcançar estes feitos. Reitera ainda que seria “estimulante” a existência de um planeamento desportivo na CMC, de forma a apoiar as modalidades. “São mais os casos de descida do que de subida de divisão e temos de inverter este paradigma”, refere.

Para Sónia Ferreira, o maior desafio da próxima temporada vai ser a manutenção no primeiro escalão. “Os investimentos, a qualidade das jogadoras e a intensidade é muito diferente a este nível, por isso a maior vitória seria conseguir a manutenção no patamar mais alto da modalidade”, conclui a capitã.

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