Cultura

Academia ao palco

Gabriela Moore

Grupos musicais da AAC ocupam lugar de destaque. Presidente da SF/AAC queixa-se de tratamento das tradições académicas na QF. Por Gabriela Moore

Na noite dedicada à academia, o protagonismo ficou com a organização da Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra (SF/AAC). Marlene Tavares, estudante finalista de Antropologia, diz que a “tradição” e o facto de ser uma “noite mais aconchegante” foi o que a trouxe nesta segunda feira para o Parque da Canção.

A noite começou com a Big Band Rags, da Tuna Académica da Universidade de Coimbra, com um instrumental de ‘jazz’ muito forte que agradou os poucos presentes na plateia. Com músicas como “Comunhão de bens” e “I Will Survive”, a atuação “dinâmica”, e, segundo Marlene Tavares, “a vontade de quem estava a atuar” era transmitida para as pessoas.

O grupo académico não participava na Queima das Fitas (QF) há cerca de dez anos, por decisão da organização, mas foram convidados a voltar pela SF/AAC, responsável pela curadoria do palco principal esta noite. O presidente da SF/AAC, Pedro Andrade, justificou a decisão ao dizer que Noite da Academia não é apenas da sua estrutura, e que o objetivo era “envolver toda a academia”. Considera que a Big Band Rags ajudou a “engrandecer” a noite e a trazer “algo diferente”.

O animado ‘jazz’ foi seguido pelos grupos académicos da SF/AAC, sendo o primeiro o Grupo de Fados, que atuou já com mais pessoas sentadas no relvado a ouvir. Entre as músicas tocadas estava ‘Fado D’anto’. A Estudantina Universitária de Coimbra subiu ao palco para a grande alegria dos presentes. Músicas como “Meia Noite ao Luar”, “Afonso” e “Madalena” foram cantadas em conjunto com a audiência. Para fechar, a “Balada da Despedida do 5º ano jurídico” colocou não só finalistas a chorar.

Em seguida, o presidente da SF/AAC, e integrante da Estudantina Universitária de Coimbra, chamou ao palco a Orquestra Típica e Rancho. O grupo animou pessoas e levou-as a dançar no relvado sintético do recinto. A transição entre o Grupo de Fados e a Estudantina, e esta e a Típica e Rancho, com os grupos a atuarem em conjunto por uma música, foi destacada por Pedro Andrade. O Grupo de Cordas e Estudantina Feminina também atuaram nesta noite.

O encerramento do palco principal ficou a cargo da Orxestra Pitagórica e levou vários a cantar e pular com as suas músicas irreverentes. Questionaram “onde está a irreverência estudantil?” quando fizeram referência ao reitor da Universidade de Coimbra, e à falta do prato social em parte das cantinas do Polo I.

A tenda do recinto esteve, por vezes, mais alta que o palco principal, o que atrapalhou a atuação dos grupos, segundo João Pedro Martins, integrante da Orxestra Pitagórica. Pedro Andrade referiu que às vezes sente que os grupos académicos são tratados com alguma “indiferença” e pede mais “respeito”. Exemplificou com a pouca divulgação dos outros eventos da QF e com a falta de discriminação dos grupos a atuarem na noite de hoje, o que impedia as pessoas de “saberem o que se vai passar”. O presidente da SF/AAC reitera que não estão aqui “pelos vinte gerais para distribuir aos amigos, mas sim por amor à camisola”.

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