Cultura

A despedida amarela no Parque da Canção

Luísa Macedo Mendonça

Grupos académicos de medicina encerraram atuações no dia de estreia da Festa dos Estudantes. Público mostrou-se recetivo à tradição. Por Luísa Macedo Mendonça

No regresso às noites do Parque da Canção em maio, depois de dois anos de pandemia, também as tradições mais antigas da academia voltaram. Queima das Fitas coimbrã não o seria sem as atuações das tradicionais tunas académicas. Na madrugada do dia 21 de maio, a Tuna Feminina de Medicina da Universidade de Coimbra (TFMUC) e a Tuna de Medicina da Universidade de Coimbra (TMUC) foram os grupos académicos que pisaram o Palco Fórum de Coimbra.

Depois da atuação de Fernando Daniel e Plutónio, por volta das 3h15 começaram as atuações dos grupos das tunas do polo III, que contaram com reportório original. Na perspectiva dos estudantes presentes, como Nuno Faria, finalista do curso de medicina da UC, “este tipo de tradições ajuda a manter viva a nostalgia suscitada pelas lembranças de todo o percurso que fizemos e todo o esforço que tivemos que fazer até agora”.

Acima de tudo, a Queima das Fitas “é um convívio cheio de sentimento”, como ressalta José Mendonça, aluno de medicina. Numa noite marcada pela despedida dos fitados amarelos, também os caloiros realçam a envolvência que sentem na sua segunda Queima das Fitas, a primeira de maio, dado que em Outubro a cidade dos Estudantes realizou uma Festa Académica extraordinária após os dois anos de pandemia da COVID-19. Clara Dias, do primeiro ano de medicina, reconhece que está a “gostar muito de viver esta experiência”, visto que “a vida não é só estudo” e “é importante conhecer pessoas, conhecer e manter as tradições”.

Por sua vez, as expectativas dos tunos masculinos que atuaram não se distanciaram muito do que acabou por acontecer. “Vamos partir isto tudo”, começaram por dizer “Situation” e “Vaqueiro” (denominações de tuna). “O público fica louco ao ouvir-nos” – reação comprovada pela grande ovação dos espetadores. A TMUC e a TFMUC apresentaram um conjunto de originais bastante aplaudidos pela audiência e estabeleceram uma ligação muito interativa com quem os ouvia, ao aproveitar o corredor entre o público para a dança das pandeiretas, por exemplo, no caso masculino ou os confettis no caso feminino.

A noite terminou, então, ao fazer jus a um dos objetivos da Festa Estudantil, que é a despedida dos finalistas. No final de ambas as atuações, os tunos chamaram os seus colegas ao palco para abanar as fitas, e estes fizeram o cenário tornar-se amarelo. A noite de medicina ficou marcada pela grande adesão e receção da tradição pelos estudantes presentes. “Coimbra diferencia-se das outras cidades precisamente por este tipo de tradições e por levá-las tão sério”, conclui Vaqueiro.

Às tunas de medicina vão suceder a Estudantina Universitária de Coimbra e as Mondeguinas na atuação na Festa Académica hoje, dia 21 de maio, no Palco Fórum de Coimbra.

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