Carlos Míssel apresentou justificações para atraso na entrega do Relatório de Contas da QF21. Documento foi aprovado na Assembleia Magna com zero votos contra. Por Eduardo Neves e Sara Sousa
Esta quarta-feira decorreu, no auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra (UC), a Assembleia Magna (AM), que iniciou com cinco pontos previstos na Ordem de Trabalhos. Um dos pontos abordados foi a discussão e aprovação do Relatório de Contas da Queima das Fitas 2021 (QF’21). A apresentação do documento contou com 161 associados efetivos e um associado seccionista.
O tópico iniciou com a apresentação do coordenador-geral da Comissão Organizadora da QF (COQF), Carlos Míssel. Justificou que o atraso na entrega se deveu a irregularidades no calendário “normal” da QF’21 e aos serviços terem sido sobrecarregados. Enumerou também alguns entraves que ocorreram na organização como a queda de receitas de patrocinadores, dificuldades na confirmação de artistas e algumas alterações de última hora, que visaram melhorar as condições na Praça da Canção.
No tema das contas, Carlos Míssel explicou as “derrapagens” nos pelouros de Tesouraria e Infraestruturas. Estas deveram-se aos sistemas ‘cashless’ e às bebidas das bancas dos organismos que “não estavam contempladas no orçamento”. Ao apresentar o valor final, apelou para que os “órgãos de comunicação da casa não focassem as suas notícias no valor final do relatório de contas”, que foi positivo.
Dirigiu-se ainda ao púlpito o presidente do Conselho Fiscal da Associação Académica de Coimbra (CF/AAC), Luís Carvalho, que citou o parecer do órgão. Explicou que a entrega foi feita no dia 11 de abril, mas que deveria ter ocorrido a 15 de janeiro, dois meses e meio após o término da edição. O parecer evidenciou a discrepância entre o orçamento inicial, que vai ao encontro do discurso de Carlos Míssel. O CF/AAC entrou em contacto com a Técnica Oficial de Contas, que afirmou haver conformidade entre o Relatório de Contas e a Contabilidade da casa. Luís Carvalho, ao finalizar a citação, transmitiu que o parecer é positivo.
A AM continuou com uma série de intervenções acerca do relatório, por parte de Carlos Míssel e de estudantes da Faculdade de Letras da UC (FLUC). Entre os discursos está o de Bruno Oliveira, que fez um esclarecimento em relação a declarações do coordenador-geral sobre os órgãos de comunicação social.
Carlos Míssel realçou a dificuldade da COQF em reunir-se com os parceiros para ter preços mais competitivos, quando o destaque é dado ao lucro por parte dos órgãos de comunicação social da AAC. Em resposta, alguns alunos da FLUC mostraram o seu parecer. Tomás Barros defende que a imprensa é que decide o que deve destacar e, segundo Gonçalo Pina, o que os órgãos de comunicação social da casa abordam é o que a redação decide, e não a COQF.
Ainda sobre a mesma intervenção de Carlos Míssel, Gonçalo Carvalho afirmou que o pedido não faz sentido, já que o relatório de contas é público e qualquer empresa tem acesso ao documento. Gonçalo Pina acrescentou ainda que, apesar de os órgãos de comunicação social fazerem parte da AAC, são “independentes em termos de informação”. Em seguida, o coordenador-geral desculpou-se e retirou as declarações proferidas. A discussão do segundo ponto foi encerrada após a aprovação do relatório de contas, com um quórum de 163 associados efetivos, entre os quais zero votos contra, 130 a favor e 33 abstenções.
