Ensino Superior

Comunidade académica une-se contra declarações de Amílcar Falcão

Luísa Macedo Mendonça

Documento integra seis pontos essenciais em resposta ao reitor. Nota vai ser apresentada em AM. Por Luísa Macedo Mendonça e Cristiana Reis

No rescaldo das declarações prestadas pelo reitor da Universidade de Coimbra (UC), Amílcar Falcão, à Rádio Universidade de Coimbra (RUC) no passado dia 15 de abril, 47 entidades ligadas à Associação Académica de Coimbra (AAC) emitiram uma nota de repúdio. A nota foi apresentada em conferência de imprensa no piso 1 do edifício da AAC e em resposta à insuficiência do comunicado apresentado pela Direção-Geral (DG/AAC).

O representante da República dos Galifões, Emanuel Nogueira, iniciou a conferência ao ler a designada nota. A começar pelos espaços das secções e organismos autónomos, o prato social nas cantinas, a app SASUC Go, residências, repúblicas, e a terminar no assédio, o documento sistematiza as razões do “veemente” repúdio pelas declarações do reitor. Também foram apontadas contradições entre o discurso de Amílcar Falcão e a realidade dos estudantes, assim como da cidade de Coimbra. 

Exemplos de pontos que mereceram destaque foram o reitor “ter mentido”, como se lê na nota, no que toca a não ter conhecimento das queixas por parte das Repúblicas de Coimbra relativas aos sucessivos cortes orçamentais. Como se lê no documento, esta posição evidencia “um profundo desconhecimento daquelas que são as características e dificuldades particulares destas Casas”. Para além disso, em relação às residências, os estudantes afirmam ainda não se rever numa “óptica empresarial da oferta de habitação universitária, visto que esta função social não tem escopo lucrativo”.

Outro assunto abordado na nota foi o facto do acesso à aplicação “SASUC Go” ser apenas para quem possui telemóvel e cartão de estudante UC, ao qual o reitor respondeu que as cantinas “não são para não estudantes” e que a UC “não é a Santa Casa da Misericórdia”. No que diz respeito ao assédio, os estudantes consideram que a posição de Amílcar Falcão não coincide com uma postura “digna de um reitor”.

Para além disso, o secretário-geral do Conselho Cultural da AAC, César Sousa, o objetivo da nota de complementar a publicação feita pela DG/AAC. O comunicado, emitido a 19 de abril, foi considerado “altamente insuficiente para expressar o descontentamento dos estudantes” por parte de entidades como a República dos Galifões e a Real República Bota-abaixo. 

Foi ainda revelada por César Sousa a intenção de apresentar a nota de repúdio em Assembleia Magna (AM), a decorrer hoje, dia 27 de abril, às 16 horas, assim como “procurar que a DG/AAC se posicione e atue de modo mais afincado”. No entanto, o secretário-geral do Conselho Cultural chama à atenção para o facto de que só vai ser possível produzir efeitos na reitoria caso os estudantes se pronunciem e tomem posição em AM. O mesmo se aplica à possibilidade de moção de censura, como referiu o representante da Real República Bota-Abaixo, Pedro Ribeiro. “Este documento pretende ser o início. Não é um fim.”, conclui.

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