Iniciativa do GEAI/FPCEUC alerta para violação dos direitos humanos. Participantes consideram que problema é global. Por Daniel Oliveira
Na sequência do conflito armado entre a Ucrânia e a Rússia, o Grupo de Estudantes da Amnistia Internacional da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (GEAI/FPCEUC) organizou uma vigília pelos direitos humanos na Ucrânia. A iniciativa ocorreu no dia 28 de fevereiro, às 19 horas, e teve lugar na Praça da República, com a adesão de cerca de 70 pessoas.
O GEAI/FPCEUC espalhou velas na calçada, com a forma de um semicírculo, e cartazes a promover a paz na Ucrânia. De acordo com o grupo de estudantes, a vigília pretendia alertar para a proteção e segurança da população ucraniana e dos seus direitos humanos, assim como denunciar a violação do direito internacional.
“Estão em causa o direito à vida, o direito à circulação, o direito à liberdade, o direito à habitação, e o direito à educação”, afirmou o GEAI/FPCEUC. “Há mortes, as pessoas são forçadas a sair de casa e as escolas estão fechadas”, reforçou o grupo de estudantes.
Minutos após a hora marcada para o começo da vigília, o GEAI/FPCEUC partilhou o testemunho de uma cidadã ucraniana à Amnistia Internacional. Nesse testemunho constava que não existem lugares seguros na Ucrânia e que os civis estão a sofrer, com um grande número de mortes e problemas para chegar às fronteiras.
O grupo de estudantes da FPCEUC convidou os participantes da vigília a escrever mensagens nos cartazes, a acender velas e a fazer intervenções. Um dos intervenientes, Luís, estudante de Mestrado em Relações Internacionais na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC), salientou que o problema que está a atingir a Ucrânia é global, e que a comunidade russa também tem sofrido com perseguições.
“Milhares de cidadãos russos estão a ser presos apenas por darem a sua opinião e por serem contrários às ações do seu governo”, acrescentou Luís. O estudante da FEUC também acusou Moscovo de violar os direitos humanos, “dentro e fora da Rússia”.
Para Luís, “é importante mostrar que há pessoas em Coimbra preocupadas com esta temática”, e que a vigília, apesar de parecer uma iniciativa pequena, tem um grande impacto se os outros locais do país forem considerados. O estudante de mestrado gostava que a adesão tivesse sido maior, mas “já que é segunda-feira à noite, e que a grande maioria são estudantes, 70 pessoas é um número significativo”.
Apesar da maior parte dos participantes serem estudantes, também estiveram presentes pessoas mais velhas. André, de 38 anos, foi um dos que marcou presença na vigília. “Esta iniciativa é importante para chamar a atenção da comunidade internacional para este massacre que está a acontecer”, afirmou. André também referiu que, apesar de neste momento o destaque ser a Ucrânia, conflitos semelhantes acontecem todos os dias em vários países do mundo.
Para além da vigília que ocorreu em Coimbra, iniciativas do mesmo género tiveram lugar em Lisboa, Estremoz, Ponta Delgada, Viana do Castelo, Viseu, Chaves e Paços de Ferreira. Segundo o GEAI/FPCEUC, “é muito provável que voltem a haver vigílias, assim como outras formas de chamar à atenção para esta violação dos direitos humanos”.
Os participantes mostraram vontade de voltar a participar em movimentos como este. “Dar roupa ou dar tempo, como neste caso, é o mínimo que se pode fazer”, afirmou Sofia Borges, estudante de Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. “É uma questão de dar voz a quem não a tem neste momento”, acrescentou.
