Ciência & Tecnologia

Investigadora da UC desenvolve estudo sobre mortalidade associada a alterações climáticas

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Pesquisa permite fazer previsões sobre impactos na saúde. Articulação entre alterações climáticas e demográficas é fator distintivo. Por Alexandra Guimarães e Eduardo Neves

Mónica Rodrigues, investigadora do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) da Universidade de Coimbra (UC), realizou um estudo acerca do impacto das alterações climáticas na mortalidade em Portugal a curto e a longo prazo. A investigação teve por base indicadores como as temperaturas médias, mínimas e máximas observadas num período histórico. Analisou também o número de óbitos por doenças do sistema circulatório associadas a temperaturas extremas entre 1991 e 2005, nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto.

Mónica Rodrigues refere que “se estima um aumento da temperatura, quer no verão como no inverno”. Isto faz com que, no caso da mortalidade associada ao frio extremo, se preveja uma diminuição dos casos, como aponta a autora do estudo. Acrescenta ainda que, por outro lado, nos meses de verão, espera-se um aumento da mortalidade associada ao calor extremo, para todas as faixas etárias, com impacto mais elevado na população acima dos 65 anos.

Estas conclusões permitem “obter informações sobre a relação atual entre resultados, em matéria de saúde e de clima”, bem como “a identificação dos grupos populacionais mais vulneráveis”, sublinha Mónica Rodrigues. Isto permite fazer projeções quantitativas para uma população portuguesa “muito envelhecida”, como afirma a investigadora.

A autora do estudo destaca que “este tipo de informação é uma ferramenta valiosa para a prevenção de eventos futuros”, na medida em que “permite o planeamento de estratégias na área da saúde, de modo a minimizar riscos”. Esta investigação “distingue-se por integrar dados sobre alterações climáticas, mas também sobre saúde, sem esquecer a relação destes com as alterações demográficas”, conclui.

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