Cidade

Greve Climática Estudantil marcha pelo país em nome do planeta

Raquel Lucas

Iniciativa deu resposta a apelo da organização Fridays for Future. Espírito reivindicativo e voto à mudança demarcaram todo o percurso. Por Raquel Lucas 

“People over profit” (pessoas acima do lucro) foi o mote da manifestação realizada esta sexta-feira, dia 25 de março, pela Greve Climática Estudantil (GCE) em Coimbra. A marcha, marcada, sobretudo, pela presença de estudantes, teve início às 16h na Praça da República e culminou na Praça 8 de maio perto das 18h.

A manifestação fez parte de um movimento global realizado pelo coletivo estudantil e moveu o país em locais como Lisboa, Braga, Porto e Algarve. A divulgação foi feita, na sua maioria, pelas redes sociais e por “apenas alguns cartazes, dado o impacto ecológico da impressão”, explica Mariana Garrido, estudante de Direito e porta-voz da iniciativa.  

“Mudem o sistema, não mudem o clima!” e “o ambiente não tem preço, quero o mundo que mereço!” foram algumas das frases que se fizeram ouvir ao longo do protesto, marcadas pela crítica social dos participantes. Também os megafones e os cartazes de cartão foram objetos visíveis por toda a marcha. 

Mariana Garrido salienta a falta de visibilidade da temática e ressalta a necessidade de desmistificação do movimento, motivo que considera afastar a população da causa. “Não culpo ninguém por não estar aqui. Há pessoas com receio de vir às manifestações por serem julgadas por não serem ambientalistas perfeitos”, referiu. 

A jovem, que se demonstrou otimista pela iniciativa, encara a escolha dos decisores políticos como “o primeiro passo para a mudança” e, assim, apela ao voto consciente. Mariana Garrido acredita que, “enquanto estudantes, ganham ferramentas para, no futuro, ter o poder de decisão”, e reitera que “esta geração vai ser capaz”. 

Durante a manifestação também foi possível encontrar membros de outros coletivos para além do GCE. Mia de Carvalho é membro do Coimbra Animal Save, movimento pelo combate à indústria agropecuária. A ativista considera a temática, aliada ao seu impacto ambiental, “algo visto como tabu” e, assim, reforça a necessidade de divulgação deste tipo de iniciativas. 

Integrante ativo do ClimAção Centro, Miguel Dias aproveitou a deixa para divulgar o projeto “Caravana pela Justiça Climática”, que consiste numa marcha de 400km pelos vários “‘hot spots’ climáticos” do país. Quando questionado sobre o que o motivou a aderir à iniciativa, o ativista explicou que “as evidências são óbvias e a informação também”, pelo que “não quer olhar para trás e saber que não fez nada”. 

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