Cultura

Fundação Inês de Castro premeia trajetória poética de Jorge Sousa

Fotografia cedida por Rita Torcato

Obra premiada desenvolve “visão poética do desejo e sensualidade” do autor. Escritor açoriano João Melo é reconhecido também pela sua obra. Por Jorge Botana

A obra A Matéria Escura e Outros Poemas, de Jorge Sousa, é a triunfadora da edição 2020 do Prémio Literário da Fundação Inês de Castro (FIC). A fundação, que visa divulgar a cultura relacionada com a temática inesiana, outorga também um Prémio Tributo ao escritor João de Melo. A entrega dos galardões vai decorrer em abril no jardim da Quinta das Lágrimas, em Coimbra.

Sobre a obra premiada de Jorge Sousa,  José Carlos Seabra, júri do prémio, destaca que o livro “reforça as linhas mais notáveis” da trajetória poética do autor. A Matéria Escura e Outros Poemas representa, segundo o júri, “a relação entre poesia e a contemplação científica do cosmos” através das suas páginas, em que o autor apela “à ironia combinada com a ternura”.

A paixão, um dos sentimentos relacionados com o mito da Inês de Castro, está também presente na obra. José Carlos Seabra destaca que o júri premeia Jorge Sousa por uma trajetória que salienta “a visão poética do desejo e a sensualidade” e “a relação da poesia com outras artes”. Sousa Braga é autor de uma vasta obra poética e lírica com uma trajetória destacável também na literatura infanto-juvenil e na tradução.

O outro grande premiado nesta edição, adiada por causa da pandemia, é o açoriano João de Melo, que recebe o prémio Tributo de Consagração a toda a sua obra. José Carlos Seabra realça como característica deste autor “a abertura do romance para a consciência crítica” que tem desenvolvido nas suas criações perante a história contemporânea portuguesa. O júri da FIC defende assim a transcendência do trabalho do autor, que continua ainda hoje, e “que toma a forma de testemunho e de denúncia ideológica”.

Há 14 anos que a Fundação Inês de Castro outorga este prémio, que tem distinguido autores e obras de valor, como Pedro Tamen, Rosa Oliveira ou Andreia C. Faria, premiada em 2019 pela obra Alegria para o fim do mundo. A cerimónia formal de entrega dos galardões está programada para dia 9 de abril no jardim da Quinta das Lágrimas, em Coimbra. Neste momento, o júri  pensa em se reunir para outorgar o prémio correspondente à edição de 2021.

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