Cultura

Ciência e teatro unem-se para contar história sobre adormeceres

Fotografia cedida por Francisca Moreira

Grupo de teatro Marionet discute sono e apneia em palco. Peça relata realidade da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono. Por Sofia Ramos

Em celebração do Dia Mundial do Sono, na próxima sexta-feira, dia 18 de março, o grupo de teatro Marionet apresenta o espetáculo “Morfeu e Apneia”. O projeto, inspirado na Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), surge de uma colaboração com o Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC).

O tema nasce no âmbito do projeto da UC, “Laboratório do Desconhecimento”, em que “a ideia é tentar encontrar respostas na área artística, para problemas científicos”, explica Francisca Moreira, produtora do espetáculo. O grupo explorou o tema em anos prévios, pelo qual foi destacado para o programa de Apoio Financeiro para Eventos de Promoção de Cultura Científica de 2020.

O desenvolvimento da colaboração permite uma interpretação “baseada na experiência pessoal e dos dados que foram recolhidos junto de doentes, investigadores, médicos e técnicos”, atesta a produtora. Francisca Moreira adianta que “talvez seja uma das peças com um cunho mais científico” do grupo Marionet, já que “muitas das cenas foram baseadas em factos verídicos”. O projeto prevê o seu culminar num documentário, ainda em construção.

O Observatório Nacional das Doenças Respiratórias de 2020 relata a presença de “SAOS moderada a grave, na ordem dos 23,4 por cento nas mulheres e 49,7 nos homens”. A condição afeta entre nove a 24 por cento da população adulta. A desordem expressa-se em interrupções repetidas da respiração durante o sono. Esta é responsável por mais de cem mil acidentes de viação por ano e os que dela padecem têm um risco elevado de doenças cardiovasculares.

To Top