Ciência & Tecnologia

Projeto que estuda mecanismos cerebrais vence Prémio Universidade de Coimbra 2021

Fotografia cedida por Óscar Gonçalves

Investigação debruça-se sobre a experiência de quase-morte. Equipa vai receber Bolsa de Investigação Santander no valor de 15 mil euros. Por Sofia Variz Pereira

Todos os projetos candidatos tiveram de propor temas, cuja investigação estivesse na linha da temática “O impacto da pandemia COVID-19 na perceção do humano”. O tema que fez da equipa de investigadores da Faculdade de Psicologia e Ciência da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC) vencedora propõe estudar os mecanismos cerebrais de doentes que estejam hospitalizados e em situação limite, devido à COVID-19. 

O tema da equipa vencedora apresenta, segundo Óscar Gonçalves, professor catedrático da FPCEUC, uma “curiosidade que toda a gente tem para perceber o que é que se passa na mente e no corpo neste processo de transição entre a vida e a morte”. Há muito tempo que o investigador tenta compreender este fenómeno e, por isso, viu no concurso a oportunidade de “perceber se a infeção viral SARS-coV-2, desencadeou mais ou menos fenómenos desta natureza”. 

O objetivo deste projeto, intitulado “O corpo e a fenomenologia da experiência quase-morte no decurso da Pandemia” é perceber “o que acontece no cérebro quando se dá a origem dessas fenomenologias”. Além disso, investigar se as mesmas “existem” e se “acontecem mais em contexto viral desta natureza”, apontou o coordenador. 

Aquilo que, segundo o professor catedrático, pode ter conduzido este projeto à vitória é o facto de se tratar de uma equipa “articulada entre especialistas de diferentes áreas”. Também a “novidade” do tema “e a curiosidade a respeito do assunto” pode ter contribuído para o alcance do prémio, explicou o investigador. 

Com a Bolsa de Investigação, são dadas aos colaboradores do projeto “condições materiais para a sua realização”. A equipa conta também com pacientes voluntários que queiram contribuir para a investigação a fim de que seja possível “analisar as suas experiências e, portanto, avançar nas várias etapas que o estudo tem previsto para 3 anos”, rematou o investigador. 

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