Cidade

Obras na Baixa de Coimbra causam incerteza em moradores e comerciantes

Jorge Botana

Discussão pública do estudo urbanístico encontra-se aberta. Projetos que englobam zonas verdes podem implicar impacto no trânsito. Por Iris Palma e Jorge Botana

Há cerca de dois anos começaram as obras na margem direita do rio Mondego. A Câmara Municipal de Coimbra (CMC) abriu, nesse sentido, uma consulta pública no dia 7 de fevereiro para receber sugestões e reclamações sobre o estudo urbanístico que vai permitir a conclusão das obras. O processo de consulta pública encontra-se aberto até o dia 1 de março, e já foi aprovado pela CMC.

Na Baixa, as opiniões acerca das obras ainda por ocorrer são diversas. Uma desvantagem mencionada na nota de imprensa da CMC evidencia o possível surgimento de “um nível de tráfego indesejável e incomportável”. As pessoas envolvidas no comércio local partilham desta visão. “Tirar o trânsito é complicado”, comenta Teresa Rosa, funcionária do quiosque na Avenida Cidade Aeminium.

A cidadã também não concorda com a proposta de desmantelar a Estação de Comboios Coimbra-A e a ferrovia existente agora nesse troço. Considera que “vai impactar” a vida na Baixa e “complicar o trânsito” até a Estação de Coimbra-B. Contudo, a nota de imprensa indica que este projeto tem como principal objetivo “favorecer a presença de pessoas e o desfrute das margens para fins de desporto e lazer”. 

António Domingos, agente imobiliário que nasceu na Baixa e tem uma forte ligação com a zona, concorda com o desmantelamento da ferrovia: “As margens não tinham beleza nenhuma, era alcatrão”, lembra. Considera que as obras “são necessárias”, mas acrescenta que “vêm tarde” e que devem ser complementadas com o desenvolvimento da parte residencial e comercial da Baixa. “Sendo uma zona histórica, pode ser também uma zona nova”, reforça.

Apesar de terem sido divulgadas, estas obras ainda não estão a ter grande impacto para com os responsáveis de estabelecimentos. Vânia Domingos, dona de ”Reflexus Cabeleireiros”, situado na rua dos Oleiros, afirma não estar a sofrer “qualquer impacto”. Os vários entrevistados revelaram que não sabem como as obras se vão concretizar.

A proposta tem em conta também a integração na zona do Metrobus como alternativa à atual conexão ferroviária entre as estações A e B. Prevê ainda mais percursos pedonais entre as ruas, de forma a abrir  “dois quarteirões para o rio” e alinhar os edifícios das ruas dos Oleiros e do Arnado. Os documentos em discussão pública estão disponíveis no site da Câmara Municipal.

O Jornal A CABRA tentou entrar em contacto com a vereadora que detém o pelouro do Urbanismo, Ana Bastos. No entanto, até à data não obteve qualquer resposta por parte da autarca até à data.

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