Ensino Superior

Luta por melhor acessibilidade na FDUC

Fotografia cedida por Rita Reis (NED/AAC)

‘’Perder a saúde ou uma aula?’’ é uma das questões da manifestação. Difícil acesso ao interior do edifício “não deve ser uma preocupação dos estudantes, mas sim da faculdade”, afirma uma das organizadoras. Por Raquel Lucas e Ana Sofia Pereira

No dia 3 de novembro, dia Internacional das Pessoas com Deficiência, pelas 10h30, realizou-se uma concentração estudantil em prol da inclusão dos alunos com mobilidade reduzida na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC). A marcha teve como ponto de encontro os Jardins da AAC e seguiu em direção à Porta Férrea.   

Com o lema ‘’alunos com mobilidade reduzida não podem estar impedidos de ir às aulas’’, a marcha foi organizada pelo Núcleo de Estudantes de Direito da Associação Académica de Coimbra (NED/AAC). Ocorreu como protesto à falta de visibilidade e resposta, por parte da UC, à escassez de acessibilidades em todo o edifício da faculdade e, no geral, no Pólo I. 

Juliana Azevedo, estudante do 2.º ano da Licenciatura em Direito, descreve as dificuldades que enfrenta, no seu dia a dia, ao estudar na sua faculdade, parte integrante do Património Mundial da UNESCO. ‘’É uma infraestrutura muito antiga composta por muitas escadas, só tem uma rampa de difícil uso para quem tem uma cadeira de rodas’’. A estudante, que já expôs o problema diversas vezes à UC, queixa-se por obter sempre a resposta de que ‘’não se pode alterar património’’.


‘’Perder a saúde ou uma aula?’’ é a questão que coloca, quando se depara com os demais entraves ao acesso às salas de aula. Refere que não está fisicamente preparada para ter de enfrentar e subir ‘’aquelas escadas’’, visto que o acesso aos elevadores é restrito ao ‘staff’ da faculdade. Aponta, por isso, para a necessidade de mudança, a começar pela maior exposição pública do problema. 

Anaís Menezes, cocoordenadora do Gabinete de Inclusão do NED/AAC, explica que o acesso ao interior do edifício “não deve ser uma preocupação dos estudantes, mas sim da faculdade”. Refere também que, apesar de ser “uma das faculdades mais prestigiadas do país”, não possui “condições para que uma pessoa de cadeira de rodas possa estudar nas suas infraestruturas’’. 

Beatriz Olaio, cocoordenadora do mesmo gabinete, revela que “é extremamente difícil aceder às aulas por causa da escassez de acessos” a pessoas com dificuldades motoras. A preocupação com esta causa surgiu também porque “ninguém falava, nem alertava para este problema”. ‘’Uma vez que alguns dos pilares pelos quais a UC se rege são a inclusão, a inovação e o andar para a frente”, a cocoordenadora apela à “renovação da infraestrutura” que considera “não ser tão trabalhosa quanto isso”. 

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