Cidade

Impacto das novas medidas na vida noturna de Coimbra

Frederico Biscaia

Testagem obrigatória para entrada em discotecas e bares bem recebida pelos estudantes. Representantes de estabelecimentos noturnos apelam apoio na testagem por parte da Câmara Municipal. Por Larissa Britto e Sofia Puglielli

Devido à chegada da nova variante e ao crescente aumento do número de casos de COVID-19,  novas medidas estão a ser implementadas no comércio. À entrada dos bares e discotecas, os clientes veem-se obrigados a apresentar um teste negativo à COVID-19, segundo as regras implementadas pelo governo. Com esta limitação, a vida noturna em Coimbra começa a apresentar algumas mudanças.

Com o novo contexto notou-se uma diminuição da quantidade das pessoas nos bares e discotecas, sobretudo por passarem a ser exigidos testes PCR ou antigénio negativos para a entrada nestes estabelecimentos. Enquanto alguns locais preferiram fechar as portas temporariamente, como o caso do Moelas, outros procuraram adaptar-se à nova realidade, através da oferta de testes gratuitos aos clientes.

A última situação corresponde ao caso da discoteca NB, que procurou deixar os clientes mais tranquilos e passou a oferecer testes gratuitos feitos por “um laboratório credenciado”, que começa a realizar os testes às 22 horas, duas horas antes do início das atividades. “Foi uma das estratégias adotadas, para contrabalançar as novas medidas, e permitir que os clientes possam continuar a usufruir do espaço” explica Roger Sousa, gerente do NB de Coimbra.

Os estudantes, que compõem a maior parte da afluência nos espaços de diversão noturna, demonstram-se compreensivos com a necessidade destas medidas. Laura Caetano, estudante do 2.º ano do Mestrado Integrado em Medicina, refere que “os testes trazem uma certa segurança nas saídas noturnas, porque com mais pessoas a serem testadas de forma mais frequente existe menos probabilidade de infeção”. Johannes Pinheiro, aluno do 1.º ano da Licenciatura em Gestão, expõe como se sente mais seguro “pelo avanço da vacinação e por estar vacinado” e expressa que “a testagem obrigatória não o retrai, porque é uma medida de segurança”.

No dia 30 de novembro, foi inaugurado o LIT, discoteca com vários conceitos. Sérgio Figueiredo, diretor geral do estabelecimento, comenta  que foi inaugurado o espaço, apesar de saber que “ haveria restrições” e acrescentou que “havia a intenção de limitar o espaço e não permitir que tivesse lotação completa”.  Conta também que, embora o estabelecimento esteja aberto há apenas alguns dias, “nota-se uma grande retração das pessoas que pretendem sair à noite”

O novo local também implementou a testagem gratuita à entrada no seu dia de abertura, na passada terça-feira. No entanto, Sérgio Figueiredo expõe que não é um processo muito viável, pois não só “implica custos elevadíssimos”, como também se revela um problema, na medida em que “os laboratórios e farmácias não conseguem acompanhar esse tipo de operações”. Acrescenta como, no segundo dia de abertura, os clientes “ligavam a perguntar se podiam entrar com testes rápidos, pois já não havia testes disponíveis nas farmácias”.

Ambos os encarregados pelos estabelecimentos de diversão noturna comentaram como a instalação de centros de testagem à COVID-19 na cidade seria uma maneira de atenuar o problema. “A Câmara Municipal de Coimbra deveria fazer o que as outras já fizeram”, explica Roger Sousa. Ainda relativamente à proposta dos centros de testagem, Sérgio Figueiredo alega que, “tendo em conta que a população que existe em Coimbra é maioritariamente universitária, nesta zona da cidade, a Câmara podia ajudar estes espaços a ter clientes testados de forma massiva”.

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