Ciência & Tecnologia

Estudo da UC deteta protéase que esconde bactéria do sistema imunitário

Fotografia cedida por Cristina Pinto

Investigadores da UC descobrem de que forma a bactéria Rickettsia consegue evadir-se do sistema imunitário. Estudo pretende encontrar soluções que não necessitem de antibióticos. Por Ana Sofia Pereira e Filipe Rodrigues

Rickettsia é o nome da bactéria que pode ser encontrada em carraças, piolhos ou pulgas e que é responsável por doenças infecciosas como a febre da carraça. Os investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, Pedro Curto e Isaura Simões, estudaram uma proteína presente na superfície da bactéria, a APRc.

Esta protéase “funciona como um escudo que impede a deteção da bactéria por outras proteínas que são importantes nos mecanismos de defesa”, esclarece a coordenadora do estudo, Isaura Simões. Com o aquecimento global, a situação tem-se agravado, uma vez que estes parasitas ficam ativos mais tempo durante o ano.

A investigação já decorre há algum tempo e tem como objetivo “desenvolver outras estratégias terapêuticas que não passem pelos antibióticos”, afirma a investigadora. Neste sentido, pretende-se “desenvolver um inibidor ou uma molécula que bloqueie a ação da APRc, de forma a intervir no seu ciclo de vida para ela ficar mais suscetível a ser eliminada”, acrescenta Isaura Simões.

A aposta em soluções que não careçam da atuação de antibióticos, prende-se com o facto de “grande parte das bactérias conseguirem resistir a muitos dos antibióticos existentes”, explica a coordenadora do estudo. Caso este objetivo seja alcançado, pode haver a possibilidade de “diminuir a resistência, a nível global, de antibióticos”.

O desenvolvimento de estratégias para combater este tipo de infeções parte da “compreensão de como os agentes usam mecanismos de forma a evadirem-se”, completa Isaura Simões. Esta descoberta abre as portas ao desenvolvimento de novas terapêuticas contra doenças infeciosas. A investigadora conclui que se houver o conhecimento destes mecanismos, “é possível perceber se são comuns a outros agentes infeciosos”.

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