Académica Presente levanta questões que “afetaram a dignidade e transparência” do processo eleitoral. Presidente da CE, Laurindo Frias, alega que as eleições decorreram “dentro da normalidade”. Por Débora Cruz e Lara Queiroz
A lista P, Académica Presente, publicou hoje um comunicado a apontar problemas que ocorreram durante a campanha para as eleições aos órgãos da Associação Académica de Coimbra (AAC). A lista criticou o desempenho da Comissão Eleitoral (CE) e transgressões cometidas pelas listas candidatas. A cabeça da lista P, Ghyovana Carvalho, defende que “embora o cacique seja recorrente nas eleições, este ano foi muito intenso”.
Em comunicado, a lista critica o “apelo desonesto ao voto”, o voto por “estudantes visivelmente alcoolizados”, o uso de “adereços das listas” junta às urnas e dificuldades no modo de votação por envelope. Ghyovana Carvalho alega que recebeu “relatos de diversos membros da própria lista que estiveram a fazer urnas” e “mensagens privadas” que comprovam tais acusações. A estudante teme que a “democracia da casa possa ser comprometida no futuro” e que as eleições “percam a seriedade”.
A estudante afirma que “uma pessoa embriagada não pode decidir um voto de forma consciente” e sustenta que a CE não atuou perante este tipo de problemas. O presidente da CE, Laurindo Frias, refutou as acusações ao destacar que a comissão só pode atuar em caso de “distúrbios no local de votação”. Conclui que “não há nenhuma base, nem nos regulamentos nem na lei geral portuguesa, que proíba pessoas sob o efeito de substâncias de votar”.
A Académica Presente ressaltou, no comunicado, que a abstenção “não foi combatida pela CE de maneira eficaz”. Ghyovana Carvalho destaca que muitas das sugestões dadas pelas listas acerca do apelo ao voto, não foram materializadas pela CE. No entanto, Laurindo Frias argumenta que os apelos ao voto foram feitos e houve um “esforço por estabelecer um contacto com a Direção-Geral da AAC (DG/AAC) para a publicação de mensagens” relativas à abstenção.
A candidata da lista P sublinha ainda a existência de irregularidades no modo de votação por envelope. O presidente da comissão frisa que “não existiu uma força por parte da CE” para impedir este método de votação. Laurindo Frias acrescenta que, no dia do voto antecipado, houve “três casos de estudantes que não estavam nos cadernos eleitorais porque não cumpriam os requisitos” e foi-lhes explicado que poderiam “votar por envelope, mas este podia não ser contabilizado”.
“Nenhuma violação foi cometida pela lista P”, constata a estudante de Direito, que alega também que “foi a única lista que não cometeu transgressões”. O candidato às eleições da DG/AAC pela lista T, Pedro Marques Dias, declara que não foi política da sua campanha “transgredir os regulamentos eleitorais discutidos e aprovados em Assembleia Magna”. O presidente eleito da DG/AAC, Cesário Silva, alega que se tais transgressões tivessem sido feitas pela sua lista, “teriam sido advertidos pela comissão”.
Pedro Marques Dias sustenta que o “trabalho da CE foi desempenhado dentro da normalidade”. Quem também concorda é Cesário Silva que aponta não ter existido “nenhum problema relativo ao trabalho da CE”. Laurindo Frias revela-se “surpreso com as acusações, pois colocam em causa o trabalho desenvolvido, que decorreu de forma satisfatória”.
