ESTeSC-IPC oferece suporte emocional em anonimato. Coordenadora reconhece estar “expectante quanto à adesão ao projeto”. Por Ana Filipa Paz e Sara Sousa
Inicia-se a 23 de novembro o projeto Linha de Apoio Inter-pares (LAIp), coordenado por Fátima Feliciano, professora da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC-IPC). Esta iniciativa, proporcionada de estudantes para estudantes, visa assegurar apoio psicológico e emocional através de uma linha telefónica.
Segundo Fátima Feliciano, a LAIp surgiu “dentro do projeto Educação Pelos Pares, que existe há mais de 12 anos na ESTeSC-IPC, sob a coordenação da professora Ana Paula Amaral.” A ideia “nasceu no âmbito do Plano de Recuperação Académica e Resiliência Emocional da Escola, definido durante a pandemia COVID-19”. Explica também que a proposta consiste numa “resposta à necessidade dos alunos de partilharem dificuldades de adaptação e integração académica e questões psicossociais”.
Com base em estudos nacionais e internacionais desenvolvidos no decorrer da pandemia COVID-19, a equipa de trabalho do projeto sentiu a necessidade de criar a Linha de Apoio Inter-pares. Ao ler estes artigos, a professora revela que começaram “a ter ‘feedbacks’ de alguns sintomas e manifestações de dificuldades dos alunos”, entre os quais “a desistência, a ansiedade mais acentuada, a dificuldade em acompanhar as aulas e as limitações no acesso aos recursos académicos”.
O atendimento da LAIp é feito por estudantes voluntários “já ligados ao projeto dos pares e que fizeram parte da criação da ideia”, explica a docente. Fátima Feliciano realça o facto da formação em psicologia não ser uma condição necessária à participação dos voluntários, sendo que “estes recebem uma formação base e outras mais específicas”. No futuro, o objetivo é “aumentar a capacidade de resposta ao aceitar novos voluntários que manifestem uma série de qualidades éticas e sociais”.
Por trás das formações dadas aos estudantes voluntários, está “uma equipa de psicólogos ligados ao ensino superior e têm prática com o programa Educação Pelos Pares”. A coordenadora esclarece que “os planos de formação específica fazem referência às questões éticas e à depressão e ansiedade no ensino superior, bem como ao atendimento telefónico, aos autocuidados e primeiros socorros psicológicos”.
A confidencialidade da chamada telefónica está assegurada, uma vez que se trata “de uma linha duplamente anónima: nem os estudantes que estão a atender, nem os que telefonam são conhecidos”. Clarifica que “caso os participantes se identifiquem é garantido sigilo e os conteúdos que possam ser partilhados são mantidos em anonimato”. Fátima Feliciano confessa estar expectante quanto à adesão ao projeto e à possibilidade de vir a criar uma linha de apoio a que “os alunos possam recorrer e sentir confiança para o fazer”. O projeto conta com o apoio da presidência da ESTeSC-IPC, que “o acolheu com uma recetividade significativa e permitiu que se começassem a desenvolver todas as ações e atividades para a ativação da linha”.
