Ensino Superior

Futuro do planeta tem tempo contado e a AAC já tem o relógio

Sofia Puglielli

Primeiro relógio climático em Portugal encontra-se na casa dos estudantes. Projeto é uma iniciativa para consciencializar a população sobre a emergência climática. Por Sofia Puglielli

‘Climate Clock’ é o nome do projeto que foi inaugurado hoje, dia 17, nos jardins da Associação Académica de Coimbra (AAC). O evento contou com a presença do presidente da Direção-Geral da AAC (DG/AAC), João Assunção, da presidente da jeKnowledge, Joana Baião, e de Bernardo Nogueira, representante da Molecular JE.

Localizado no piso zero do edifício-sede da AAC encontra-se o relógio que marca, em contagem decrescente, o tempo que resta até alcançar o auge da atual emergência climática. Bernardo Nogueira informa que, segundo as estimativas do Intergovernmental Panel on Climate Change, “restam aproximadamente sete anos e 247 dias para atingir um grau e meio acima da temperatura pré-revolução industrial”, o que representa “um ponto de não retorno”, conclui.

A iniciativa que teve origem em Nova Iorque no ano 2020, propagou-se pelo mundo, mas só agora há um relógio do clima em Portugal. Na conferência de imprensa, a presidente da jeKnowledge frisou que o relógio “não é apenas um monumento, mas sim um movimento”. “O projeto está focado na sustentabilidade e nas alterações climáticas, e o objetivo é sensibilizar população”, clarifica Joana Baião.

O projeto entre a Molecular JE e a jeKnowledge conta com a parceria da AAC e outras entidades. Joana Baião acrescenta que “no futuro pretende-se alargar a parceria à Universidade de Coimbra, à Câmara Municipal de Coimbra e a outras empresas que demonstrem interesse na iniciativa”. Segundo a presidente da jeKnowledge, a componente educacional do projeto não se limita ao ensino superior. “No próximo ano pretende-se alcançar um público mais novo através de intervenções nas escolas secundárias”, afirma Joana Baião.

Enquanto os minutos passavam no ecrã do relógio, o presidente da DG/AAC expressou que não há tempo para “dar passos errados”. Quando questionado sobre o porquê da colaboração da AAC no ‘Climate Clock’, João Assunção alegou que “é uma oportunidade para alcançar todos os públicos”. Realçou também que “a geração mais nova está consciente de que, é provável, que esta seja a última capaz de reverter uma situação herdada pelas gerações anteriores”.

O que acontece se o tempo acabar e for atingido o um grau e meio de temperatura?  Para Bernardo Nogueira, “vão surgir problemas maiores e piores do que os que existem neste momento”. Desta forma, “o objetivo é reduzir as emissões para ganhar tempo” explica o representante da Molecular JE. O jovem concluiu que é possível contribuir para esta luta contra o tempo através de ações simples como “andar mais de transportes públicos e ter atenção aos gastos de eletricidade”.

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