Cadernos eleitorais entregues pela UC duas horas antes da abertura das urnas. CF/AAC vai se reunir para analisar as eleições de ontem, dia 24. Por Gabriela Moore e Clara Neto
Na madrugada desta quarta-feira, dia 24 de novembro, foi anunciado em forma de edital o adiamento das eleições para a Comissão Central da Queima das Fitas (CCQF’22). Apesar do comunicado disponibilizado pelo Conselho Fiscal da Associação Académica de Coimbra (CF/AAC), as eleições acabaram por se realizar. Segundo o presidente do CF/AAC, Laurindo Frias, a Universidade de Coimbra (UC) ainda não tinha partilhado os dados dos alunos que poderiam votar.
A decisão do CF/AAC foi tomada perto das 23h30 do dia antecedente às eleições e o edital saiu por volta da meia-noite. Laurindo Frias informa que “já se estava a prever essa situação” e que estava em contacto informal com o Dux Veteranorum Matias Correia a respeito do assunto. Os cadernos eleitorais, de acordo com o presidente do CF/AAC, “só foram entregues à secretaria da AAC duas horas antes da abertura das urnas”.
O presidente da Comissão Eleitoral da CCQF’22, o Dux Veteranorum, explica que os cadernos eleitorais enviados pela UC são apenas a base dos que são usados nas eleições. Aos primeiros, são aplicados critérios praxísticos para definir quem de facto pode votar. Matias Correia acrescenta que, já ao prever o atraso na entrega dos dados, resolveu utilizar um documento anterior dado pela reitoria este ano. “A única diferença é a ausência de caloiros, mas como, de qualquer forma, estes não votam neste tipo de eleições, o caderno foi considerado válido”, revela o Dux Veteranorum.
“Os estatutos da AAC dizem que é competência do Conselho Fiscal fazer o pedido e entrega desses cadernos”, defende Laurindo Frias. O mesmo afirma que não tem como garantir a credibilidade dos dados ao considerar que não passaram pelo procedimento habitual. Matias Correia esclarece que, “apesar dos cadernos eleitorais terem sido recebidos durante a manhã, isso não foi impedimento para serem conferidos de forma rápida”.
Laurindo Frias acredita que a ausência dos cadernos exigidos até ao prazo a cumprir pode levar a “violações” estatutárias. O presidente do CF/AAC exemplifica que “qualquer pessoa tem legitimidade a manifestar-se por não lhe ter sido garantido o acesso aos dados, ao período de reclamação e, por consequência, ao voto”. O presidente do CF/AAC informa que o órgão se vai reunir para chegar a uma solução. O objetivo é analisar a viabilidade das eleições e o “desrespeito” à decisão do CF/AAC por parte do presidente da Comissão Eleitoral da CCQF’22.
