Cidade

Ecos de combate à violência contra a mulher preenchem Praça 8 de maio

Luiz Carlos Cavalini

Pessoas e coletivos unem-se para reivindicar direitos. Data escolhida tem caráter simbólico no combate à violência de género. Por Luiz Carlos Cavalini e Alexandra Guimarães

A fim de assinalar o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, 13 coletivos sociais da cidade de Coimbra juntaram-se para realizar uma manifestação, no dia 25 de novembro. A concentração para a manifestação teve início às 17h30 na Praça 8 de maio com a leitura do manifesto das reinvindicações dos vários coletivos.

As exigências giraram em torno de medidas de combate à violência de género, de mais apoios à mulher e de direitos sociais, laborais e sexuais. Denunciaram, ainda, as desigualdades de género visíveis, por exemplo, na atribuição de papéis socioeconómicos, no âmbito laboral e nos cuidados de saúde, acentuadas pela pandemia da COVID-19.

Inês, uma das organizadoras da manifestação e membro da Brigada Fernanda Mateus, refere que a luta “tem que ser transversal”, na medida em que este movimento também pretende “combater o machismo, o racismo, a xenofobia e LGBTQIA+fobia”. Com esta iniciativa, a jovem espera que haja uma “consciencialização e sensibilização das pessoas”, e que seja aberto “um espaço para debate, conversa e partilha de experiências”.

Houve, ainda, um momento dedicado a intervenções e testemunhos de representantes de coletivos e de pessoas apoiantes da causa feminista. Uma das manifestantes declamou um poema e ainda houve relatos de violência obstetrícia e psiquiátrica por parte de profissionais de saúde.

Um dos jovens entrevistados, que preferiu manter o anonimato, considera que a mulher ainda sofre diversos tipos de preconceitos, e que é importante “trazer esses assuntos para a praça pública”. Gisele Reis, também manifestante, confessa não se sentir segura em Coimbra e relatou já ter vivenciado situações de assédio, “não apenas por ser mulher, mas também por ser imigrante e brasileira”.

Também Carolina Branco marcou presença como representante do Grupo de Estudantes da Amnistia Internacional de Coimbra. A estudante ressaltou a importância do impacto destas iniciativas, não só nas pessoas que delas fazem parte, mas sobretudo nas autoridades governamentais. A data do Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher é reconhecida pela Organização das Nações Unidas. Foi escolhida em homenagem a três mulheres torturadas e assassinadas pelo ditador da República Dominicana, Rafael Trujillo neste dia, em 1960.

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