Cultura

Caminhos recebe o realizador Konrad Begg para tarde de “Filmes do Mundo”

Marília Lemos

Curta “Hireth” explora paralelos entre o passado de guerras britânico e o contexto político atual. Exibição contou com obras produzidas no Reino Unido, Suécia, França e Israel. Por Marília Lemos

Nesta segunda-feira, dia 8 de novembro, o Festival Caminhos do Cinema Português continuou a sua programação na Casa do Cinema de Coimbra com uma sessão dedicada à secção paralela Filmes do Mundo. O realizador escocês, Konrad Begg, distinguido pelos prémios BAFTA, Emmy, Royal Television Society e conhecido pela realização do programa “Top Gear”, da BBC, esteve presente para prestigiar a exibição da sua curta-metragem, “Hireth”, juntamente com o produtor Neil Edson.

Com a temática de guerra, “Hireth” arrancou a exibição. O filme centra-se num soldado do passado que, ferido em batalha, acorda no presente em Londres, saturada de conflitos políticos. O realizador, na sua mensagem ao Festival Caminhos, registou que o filme surgiu ao questionar-se acerca “do que um veterano acharia de símbolos de guerra estarem a ser utilizados em protestos neo-nazis, e como reagiria frente às ideologias que foram enviados para combater”.

No fim da sessão, Konrad Begg comentou que “é melhor não dizer muito acerca da presença de dois tempos históricos no filme, a fim de manter a ambiguidade entre o real e o que se passa apenas na mente de um homem”. Neil Edson, por sua vez, compartilhou que a experiência de produzir um filme a meio de uma pandemia “originou um número de problemas”. Segundo o produtor, “tudo se torna um pouco mais complicado, as precauções de máscaras, luvas e testes pesam no orçamento limitado de uma curta-metragem”. Refere ainda que, para além disto, “o final da semana de filmagens foi o pior tempo em Londres, em cerca de vinte anos, e, como não era permitido aglomerações em lugares fechados, foi muito difícil manter os figurantes aquecidos, quando normalmente todos poderiam sentar-se juntos”.

A exibição seguiu com as curtas-metragens “Thank you for patiently waiting”, de Max Marklund & Anders Jacobsson e “Thus began Antoine’s down-going”, de Paul Rigoux. A primeira, de produção sueca, apresenta a vida de um homem na forma das memórias que preenchem a sua mente após um acidente de carro. Já a segunda, produzida em França, narra o encontro e o diálogo do jovem Antoine com uma mulher a quem observa há semanas, e a sua relação com a solidão.

High Maintenance – The life and work of Dani Karavan”, de Barak Heymann, fechou a seleção de Filmes do Mundo. O documentário de origem israelense e polaca acompanha o escultor Dani Karavan, numa visita às suas obras à volta do mundo. O filme foca-se, sobretudo, no aspeto político e pessoal da arte e da vida de Karavan, que conquista os espectadores com o seu carisma e sinceridade.

Além da secção Filmes do Mundo, nesta edição do festival estreou os Caminhos Juniores, uma série de exibições de filmes animados portugueses destinados a crianças do pré-escolar e primeiro ciclo. Foram exibidas também as películas “Aos que vieram antes de nós”, de Caioz e Luís Henrique Leal, e “Operação Camanducaia” de Tiago Rezende, integrantes da secção Filmes da Lusofonia. Já a secção Outros Olhares fechou a noite com as obras “A terra do não retorno” de Patrick Mendes, “O que não se vê”, de Paulo Abreu e “A Távola de Rocha” de Samuel Barbosa.

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