Chuva e vento ditaram última noite de Queima das Fitas. Sistema de pagamento ‘cashless’ é para ficar. Por Joana Carvalho e Inês Rua
O mau tempo fez-se presente no encerramento da edição da Queima das Fitas (QF) deste ano. Apesar das condições metereológicas adversas, foram vários os estudantes que se reuniram para se despedir da Praça da Canção, pelo menos até maio de 2022.
O São Pedro não ouviu as preces de Fernando Daniel, feitas na rede social Instagram, que viu o seu concerto adiado para a Queima das Fitas 2022, no próximo mês de Maio. “Estava ansioso por poder tocar numa queima tão emblemática como esta”, lamenta o cantor estarrejense, com a garantia de que “no próximo ano não falha”. A abertura da noite com Mountain Valley, os vencedores do Concurso de Bandas, também não vai ter lugar este ano.
Manteve-se no programa previsto a actuação de Chico da Tina, anunciado às 21 horas que teria lugar na tenda principal. Abrigados da chuva intensa, um mar de estudantes juntou-se para ouvir o artista vianense, que iniciou a atuação com o tema “Deitei tarde, acordei late”. O concerto do ‘trapper’ foi possível manter, segundo a Comissão Organizadora da Queima das Fitas 2021 (COQF’21), devido “às questões logísticas da sua atuação”.
Em conferência de imprensa, a COQF’21 faz um balanço positivo do evento. Carlos Missel, coordenador-geral, confessa que houve várias dificuldades a ultrapassar, sobretudo no que diz respeito ao carregamento online, que colapsou devido ao número elevado de carregamentos. Por esse motivo, a partir da noite de sábado, adotou-se um sistema misto. No entanto, destaca o impacto positivo que este sistema trouxe pelo que veio para ficar. Em relação aos bilhetes diários adquiridos para a última noite, a situação “está a ser estudada”.
O Dux Veteranorum, Matias Correia, explicou também os motivos por trás do cancelamento do Baile de Gala. Segundo o mesmo, “nunca é intenção da COQF’21 cancelar as atividades, mas havia um número muito reduzido de inscritos, que tornava o Baile de Gala inviável a nível financeiro”. A ausência do evento “acaba por ser uma parte triste desta QF”, admite.
Também o Desfile dos Fitados contou com uma baixa adesão, devido ao facto de “muitos alunos finalistas já não se encontrarem em Coimbra e várias comissões de carro já estarem desmanteladas”, lamenta Carlos Missel. Contudo, o coordenador-geral salienta que, pela primeira vez, foi possível as famílias festejarem junto dos finalistas.
O cancelamento do Baile de Gala e o cortejo atípico que se realizou este ano contribuíram para que a COQF’21 tivesse menos despesas, como explica Henrique Duarte, vice coordenador-geral. A par disso, espera-se que a receita da festa seja também superior. Com uma maior afluência na sexta e no sábado, o Queimódromo contou com uma média de 15 mil pessoas por dia. Henrique Duarte adianta ainda que “a festa ficou paga no início da semana”.
O presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra, João Assunção realça a importância da realização da QF’21 para a comunidade académica, que esteve muito tempo isolada. “Este é o retorno à normalidade”, afirma. O dirigente associativo relembra ainda que o evento também é fulcral para a cidade de Coimbra. “O comércio local e as gentes de Coimbra têm noção do papel fundamental da festa”, refere. João Assunção ressalta, por fim, os benefícios financeiros que a QF’21 vai trazer para a casa e as suas estruturas.
A QF’21 contou ainda com a actuação das Fans, antecipado para às 00h45 devido ao mau tempo. Os estudantes saíram deste evento com dois artistas já confirmados para Maio: Fernando Daniel e Mountain Valley.
