“Está na hora da propina ir embora”, gritaram os estudantes. Presença de crianças ao lado de estudantes marcou encontro de gerações. Texto e fotografias por Julia Floriano
Foi na Praça 8 de Maio que os estudantes gritaram “está na hora da propina ir embora”, na manifestação organizada pela Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC). Os estudantes percorreram a rua Ferreira Borges, a Ponte Santa Clara e o Parque das Canções com a presença de crianças, ao som dos gaiteiros Rainha Santa.
João Assunção, presidente da DG/AAC, destaca a importância da manifestação no dia de hoje, tendo em vista a semana da Queima das Fitas e o tradicional cortejo, durante a tarde. “É um dia perfeito para que a nossa mensagem passe, não só para a academia, mas para toda sociedade civil no geral”, afirma. Destaca ainda o “momento crucial da discussão para o orçamento de estado, em 2022”.
A chamada guerra anti propina, durante o mandato de António Vigário em 1992 e 1993 , foi um dos primeiros passos da academia de Coimbra e a nível nacional . As derrotas e vitórias foram, segundo João Assunção, muitas e destaca o congelamento das propinas, em 2016, e a redução do valor como pontos positivos.

A manifestação contou também com a participação dos candidatos aos cargos da Mesa da Assembleia Magna da Associação Académica de Coimbra (MAM/AAC) e da DG/AAC. Pedro Marques Dias, atual vice-presidente da DG/AAC e candidato à presidência da mesma, destacou a importância da “participação cívica e política” dos estudantes nas ruas. O candidato enumerou as ações da sua agenda política educativa entre elas a redução das propinas do primeiro ciclo, do teto da propina do segundo ciclo e a redução da propina do estudante internacional.
Para Cesário Silva, candidato à presidência da DG/AAC, o valor das propinas “é um obstáculo enorme ao acesso ao ensino superior” e defende que a “propina zero” também deve ser aplicável aos estudantes internacionais. “O ensino superior não deve ser barrado a ninguém, seja ele nacional ou internacional”, afirma.
Ghyovana Carvalho, também candidata à presidência da DG/AAC, destaca a importância da manifestação para “pavimentar o caminho” futuro e construir uma história. A candidata defende que a educação “é um direito e não um privilégio”.
Presente e futuro, lado a lado
A presença de crianças chamou a atenção do público. João Assunção e outros dirigentes associativos e candidatos andaram, durante todo o percurso da manifestação, com algumas crianças. Para Ghyovana Carvalho essa ação serve como inspiração e exemplo aos mais novos.
Cesário Silva explicou a importância da presença dessa nova geração para “compreenderem a luta que se faz acima de tudo por elas e por todas as crianças nacionais e internacionais”. Já Pedro Dias Marques questiona: será que esta geração de crianças também terá de cá estar daqui a 30 anos? Esperamos que esta resposta seja não”, conclui.
Artigo atualizado dia 25 de outubro, às 15h40.
