Serenata Monumental limitada a 6000 estudantes. Cinco anos depois, foi a última serenata do Grupo de Fado Capas ao Luar. Por Catarina Magalhães
Com o silêncio a dourar o ambiente na Sé Nova, à meia-noite deram-se os primeiros acordes da Serenata Monumental. Depois da Serenata Simbólica, realizada em maio, algumas restrições foram aliviadas e 6000 pessoas, além da imprensa e membros da organização, puderam reunir-se no largo da feira dos estudantes. O evento foi transmitido em direto pela tvAAC, RUC e Antena 1.
De capas nos ombros, cabeças encostadas e no calor da saudade, o Grupo de Fado Maio inaugurou a noite com “Melancolia”, um arranjo musical da autoria de Francisco Zagalo, membro do grupo. Luísa Mendonça, estudante do 1º ano da Licenciatura em Direito, confessa que a serenata “correspondeu às expectativas”. Para a estudante, que assistiu à sua primeira serenata, são “tradições importantes para manter aquele que é conhecido como o mais mítico espírito académico do país”.
Ao contrário de Luísa, nem todos os estudantes conseguiram o seu lugar na Sé Nova. Os bilhetes, que eram gratuitos, esgotaram em cerca de uma hora, com o site a revelar falhas de acesso ao longo do processo de compra. Inês Santos, estudante do Mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, foi uma das que não conseguiu adquirir bilhete. Sentiu-se “desiludida, porque a serenata era um dos momentos mais importantes” para si, durante a semana da Queima das Fitas 2021.
Enquanto alguns estudantes assistiam emocionados ao evento (a cargo da Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra (AAC)), o Grupo Capas ao Luar apresentou também a Balada de Despedida 2021, perto do final, na sua última serenata. O seu reportório contou também com músicas como “Fado da Mentira” ou “Canção do Regresso”. A Serenata Monumental, que durou cerca de uma hora, terminou com o tradicional FRA na voz de João Assunção, presidente da Direção Geral da AAC.
No dia 22, começam os concertos no Parque da Canção. Luísa Mendonça espera que “as noites valham a pena, sobretudo para aqueles que não conseguiram ter uma queima dita ‘normal’”. A estudante de Mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, que já vivenciou duas queimas, sente “saudades do espírito dos concertos”, no recinto. O palco vai ser inaugurado pelos Wet Bed Gang e Rony Fuego. O evento vai ser limitado a 20 mil pessoas por noite.
