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Editorial: Aprender com o passado para poder celebrar o futuro

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Hoje assinalou-se o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Pensando bem, um dia que poderia ter sido para celebrar, passados quase 30 anos da sua criação, mas que tem de ser mais um dia passado a refletir. Uma reflexão que tem de existir entre os profissionais, governos e os cidadãos comuns, para que entendam a importância de existir liberdade na Imprensa. Para que entendam que os ataques que ainda existem nesta área são ataques à democracia. Que as censuras e restrições impostas na Imprensa vão refletir-se na democracia. Que a Imprensa anda de mãos em mãos com a democracia e que, quanto mais livre for a primeira, melhor será a segunda.

É um dia para apoiarmos os órgãos que lutam todos os dias pela verdade e que, mesmo atualmente, se vêem m alvos de restrições e de ataques à sua independência. É um dia para pensar que, em 1993, fez sentido criar uma data para lembrar a importância de combater a censura, mas que em 2021 já deveríamos celebrar um jornalismo completamente livre.

Hoje, em especial, pensemos. Pensemos em Vítor Pinto, jornalista da TVI, agredido pelo empresário Pedro Pinho após o jogo entre o Moreirense e o Futebol Clube do Porto. Pensemos em David Beriáin e Roberto Fraile, que estiveram desaparecidos depois coluna de viaturas em que viajavam ter sido atacada por um grupo armado numa estrada no Leste do Burkina Faso e foram, no dia seguinte, encontrados mortos. Pensemos, sobretudo, que estes eventos infelizes aconteceram nos dias 26 e 27 de abril de 2021 e que, como estes, todos os dias continuam a acontecer, mundo fora.

Como um jornal universitário que se prende por estes valores, lutamos por um jornalismo livre e independente. Hoje é um dia especial em que temos de defender com unhas e dentes a nossa liberdade. Mas peço-vos, levem esta reflexão mais longe e não se restrinjam à data comemorativa. Nós também não vamos deixar que nos restrinjam.

Por Leonor Garrido

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