Participação da AAC em audição parlamentar teve como foco apoio a alunos portadores de deficiência. João Assunção destaca a importância da formação pedagógica para docentes. Por Diogo Machado e Luísa Tibana
A Associação Académica de Coimbra (AAC) interveio, durante a manhã de hoje, na Audição Parlamentar sobre Desafios de Educação Inclusiva no Ensino Superior promovida pela Comissão Parlamentar de Educação, Ciência, Juventude e Desporto. Entre várias intervenções, a AAC assinalou a importância de uma revisão do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES) de modo a que este reconheça a necessidade de aumentar o número de camas adaptadas a estudantes portadores de deficiência. “O plano prevê a criação de 15 mil novas camas no ensino superior português e o objetivo foi procurar que fosse considerada como importante a construção de camas adaptadas a estudantes portadores de deficiência”, conta o presidente da Direção Geral da AAC (DG/AAC), João Assunção.
O presidente afirma também a importância de que a criação de novas residências universitárias tenha uma percentagem mínima de camas adaptadas a estudantes portadores de deficiência, “neste momento no plano não existe essa consideração”, reitera. Atualmente a Universidade de Coimbra (UC) apresenta um conjunto de medidas nos serviços de ação social como a existência de algumas camas adaptadas, cerca de 14, assim como acompanhamento específico e diferenciado a estudantes com autismo ou portadores de deficiência motora. Para João Assunção, “o que é importante agora é que o estado central crie uma estratégia nacional consolidada onde aumente a perspetiva de uma educação no ensino superior inclusiva para todos”.
Esta falta de acessibilidade nas universidades, “mancha imediatamente o princípio de igualdade de oportunidades”, declara o presidente da DG/AAC. Não ter um ensino superior acessível a todos independente da condição pessoal, é para o líder estudantil algo que não permite que o Ensino Superior seja um espelho importante da sociedade portuguesa. Para João Assunção, o universo da UC é pouco acessível a estudantes portadores de deficiência, principalmente motora. “É necessário o esforço conjunto da UC e do governo central para mitigar esta desigualdade”, reitera.
Para além da questão das camas adaptadas, a AAC também expôs, durante a audição parlamentar, outras duas medidas. O dirigente destaca a importância de uma formação pedagógica da comunidade docente, como é obrigatória para os professores do ensino básico e secundário.”São precisos instrumentos de ensino e aprendizagem para chegar a um estudante que tenha necessidades educativas especiais”, justifica. João Assunção destaca ainda que, num património antigo, há a necessidade de alterações estruturais nos edifícios para torná-los mais acessíveis. A AAC procura um aumento da receita estatal para auxiliar em mudanças como “a construção de rampas e elevadores”.
