Evento honra nomes notáveis do mundo da música e da literatura associados à Revolução de 1974. Público brindado com cravos à saída. Por Jéssica Oliveira e Marília Lemos.
O espetáculo “Sons de abril” realizou-se dia 23, pelas 19h, no Convento de São Francisco. Foi organizado pela Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), em parceria com a Câmara Municipal de Coimbra e com a Secção de Fado da Associação Académica de Coimbra (SF/AAC). O mote foi a celebração do dia 25 de abril.
O presidente da SF/AAC, Pedro Andrade, explica que o nome escolhido para o espetáculo, “Sons de abril”, se relaciona com o facto de “ser um mês de liberdade”. Acrescenta ainda que os temas do concerto foram “músicas de intervenção, com foco na canção de Coimbra, em Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira e Luiz Goes.”
Para além das atuações da Estudantina Universitária de Coimbra, do grupo de fados “Capas ao Luar” e dos alunos da Escola de Música da SF/AAC, o palco contou também com declamações de poesia de autores como Manuel Alegre e Carlos Carranca. Segundo Pedro Andrade, os nomes da música e da literatura homenageados estão ligados a Coimbra e “tiveram um papel fundamental na movimentação cultural do início dos anos 70.”

Com “Sons de abril “, “pretendeu-se abranger o máximo de população de Coimbra e chegar à comunidade estudantil”, esclarece o presidente da SF/AAC. Destaca ainda a importância do espetáculo, dado “que muitas pessoas não sabem da importância que a cidade teve para a revolução nacional, assim como para o contributo de uma maior consciencialização social e política”.
Margarida Santiago, espectadora da atuação, relata que o evento “superou as expectativas” e que é “muito especial ter a oportunidade de festejar Abril de forma presencial”. Lívia Jacó, também ela elemento do público, explica que com o confinamento, “todos estavam à espera de poder voltar a uma sala de espetáculo, e o evento foi um retorno muito agradável onde as medidas de segurança foram cumpridas”.
O espetáculo contou com a sala quase lotada, e no fim foram distribuídos cravos ao público como forma de simbolizar o início da democracia em Portugal.
Artigo atualizado dia 24 de abril, às 13h28.
