Ensino Superior

AAC apela a Presidente da República para que não deixe a juventude “à rasca”

Fotografia gentilmente cedida por DG/AAC

Encontro entre Presidente da República e Associações Académicas do país abre discussão sobre o papel da geração futura. Presidente da DG/AAC relembra que a juventude atravessa período instável e precisa de apoio. Por Carina Costa e Andreia Júlio 

A Associação Académica de Coimbra (AAC) marcou presença este domingo, dia 12 de abril, na audiência concedida pelo Presidente da República as principais associações estudantis nacionais. A conferência, realizada no Palácio de Belém, abordou temas como a valorização da juventude na sociedade e o acesso universal ao Ensino Superior. 

A iniciativa surgiu por parte de Marcelo Rebelo de Sousa com o intuito de “ouvir os estudantes e toda a comunidade académica”, afirma o presidente da Direção Geral da AAC (DG/AAC), João Assunção. O dirigente acrescenta ainda o objetivo da AAC em apresentar “a realidade académica de Coimbra e as exposições centrais em termos de política educativa que defende”.

Na audiência participaram distintas associações académicas de todo o país, reunindo cada uma as suas prioridades e as suas agendas, refere o presidente da DG/AAC. Foram debatidos temas como o alojamento, o financiamento das associações, a descentralização e “outras questões sociais”.

Segundo João Assunção, a agenda da AAC incidiu sobre duas vertentes “fundamentais” a nível nacional. A primeira encontra-se relacionada com a solicitação de o Presidente intervir na política partidária, para salvaguardar o acesso universal ao ensino superior e a estabilidade socioeconómica dos estudantes e famílias num ano excecional. Desta forma, a associação destacou a medida da propina zero e a questão da abolição do regime de prescrição no ensino superior.

A AAC também sublinha o “papel da juventude no futuro do ensino superior, tal como o papel dos jovens na sociedade portuguesa”. O presidente da DG/AAC ressalta a necessidade de rever o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior que, neste momento, “consagra um afastamento letal dos estudantes dos órgãos de governo das universidades”. A associação solicita a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa “não só como presidente, mas também como antigo docente universitário”.

João Assunção relembra a importância que os jovens têm para uma “sociedade mais democrática e mais progressista”. Termina com um pedido a Marcelo Rebelo de Sousa para que este “não permita que as intervenções dos agentes políticos atuais predestinem esta geração a uma geração à rasca”.

O presidente da DG/AAC apelou que Marcelo Rebelo de Sousa não deixe que os estudantes se tornem numa geração com “dificuldades em arranjar o primeiro emprego ou a ter estabilidade socioeconómica ao início da vida”. Relembra que a juventude está “extremamente instável” devido à pandemia e à crise económica que se faz sentir, e que isso gera instabilidade para terminarem os percursos académicos e até mesmo para ingressarem no ensino superior.

O dirigente realça a importância de as associações terem a oportunidade de falar com o Presidente da República de modo a “fazer um mapa mais generalizado daquilo que são os problemas do ensino superior português”. João Assunção espera que Marcelo Rebelo de Sousa consiga dar destaque às preocupações estudantis num futuro próximo.

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