Assembleia Magna durou cerca de cinco horas e ordem de trabalhos não foi concluída. Planos da DG/AAC para 28 de abril alterados. Por Beatriz Monteiro Mota
O campo de Santa Cruz recebeu, esta terça-feira pelas 18 horas, a primeira Assembleia Magna do semestre. A forte adesão estudantil, com um quórum inicial de 213 pessoas, e o elevado número de intervenções impossibilitaram que a ordem de trabalhos fosse concluída. Dois dos pontos ficaram por abordar numa data ainda a definir pela Direção Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC). Entre os temas debatidos, constaram a apresentação e votação do relatório e contas de 2020, do plano de atividades e do plano orçamental de 2021 da DG/AAC e algumas moções políticas. Já a aprovação do Regulamento Eleitoral do Conselho Fiscal e Comissão Disciplinar foi adiada.
A primeira contagem de votos, referente ao relatório e contas da DG/AAC, causou polémica por parte de alguns elementos do quórum. A Mesa da Assembleia Magna da AAC (MAM/AAC) utilizou a expressão “cerca de” para contabilizar os votos, o que suscitou descontentamento durante as restantes votações. O relatório acabou por ser aprovado com 195 votos a favor. No ponto referente ao Plano Orçamental de 2021 da DG/AAC, os estudantes pediram uma recontagem, por considerarem falta de rigor na contabilização. Assim, o plano foi aprovado, com 67 votos a favor e 50 abstenções.
A aprovação do plano de atividades foi o que ocupou mais tempo da Assembleia Magna, com um grande número de intervenções estudantis. Ghyovana Carvalho, aluna da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC), criticou a falta de precisão na contagem dos votos. Depois da MAM/AAC ter vedado a intervenção dos estudantes sobre este ponto, Ghyovana criticou a decisão e invocou o 17 de abril de 1969 para mostrar a necessidade de ouvir todos os estudantes. Depois de vários estudantes pedirem a palavra, o presidente da MAM/AAC permitiu mais inscrições.
Uma das atividades da DG/AAC que gerou discordância está relacionada com o Prémio Literário Manuel Alegre. Gonçalo Lopes, estudante da FDUC, questionou a regra que impõe ao vencedor do prémio a cedência dos direitos autorais da obra à AAC. Argumentou que os benefícios ficam assim conferidos à academia e não ao vencedor.
Também o tema das cantinas e o projeto Lado-a-Lado motivaram a contestação dos estudantes. João Pinto Ângelo, aluno da FDUC, lamenta a falta de referência às cantinas no documento e menciona ainda as reivindicações “antigas” para que as cantinas amarelas sirvam refeição social. Segundo o presidente da DG/AAC, João Assunção, a reduzida afluência às cantinas, devido à pandemia, não justifica uma alteração na distribuição das refeições.
Quanto ao projeto Lado-a-Lado, uma iniciativa antiga em que estudantes voluntários acompanham idosos no seu quotidiano, Ghyovana Carvalho demonstrou receio relativo à delineação do projeto. A dúvida é que, ao se criarem benefícios mútuos entre estudantes e idosos, os voluntários possam residir nas casas dessas pessoas, apenas por necessidade. A estudante da FDUC realçou ainda que essa mudança poderia contribuir para ignorar o problema das residências.
Em relação às moções, ao contrário do que foi proposto pela DG/AAC na Assembleia Magna para o dia 28 de abril, em que apenas estaria prevista uma reunião nos jardins da AAC pelas 11 horas, foi aprovada a proposta de Matilde Ferreira. Os estudantes votaram num plano para uma mobilização a decorrer pelas 18 horas, desde a Porta Férrea até aos jardins da AAC. Além disso, a AAC vai participar nas ações comemorativas do 25 de abril e na manifestação intersindical da CGTP no dia 1 de maio. Foi ainda aprovada uma moção relacionada com a política do ambiente.
Embora no plano de contingência estivesse previsto acabar às 21 horas, por sugestão de João Assunção, o debate continuou. A Assembleia decorreu até às 23 horas, quando, de acordo com as regras da Direção Geral da Saúde, o campo de Santa Cruz teve de encerrar. Tendo em conta que a discussão referente ao Plano de Atividades ocupou grande parte da Assembleia Magna, ficaram por abordar dois pontos, entre os quais o Regulamento Eleitoral do Conselho Fiscal e Comissão Disciplinar e outros assuntos.
