Efeitos da pandemia fazem os jogadores sentirem falta de apoio. Presidente salienta que “não é o desporto que faz propagar o vírus”. Por Inês Rua
A equipa sénior da Secção de Basquetebol da Associação Académica de Coimbra (SB/AAC) está, neste momento, no 10.º lugar da tabela classificativa, com 32 pontos. Os estudantes encontram-se em risco de disputar a manutenção na primeira liga nos ‘playouts’.
O treinador, Ivo Rego, realça tanto a componente gratificante como a vertente exigente que tem sido a experiência de competir na primeira divisão. “Apesar do esforço muito grande da direção, para proporcionar as melhores condições, tem sido difícil”, declara.
Tanto o técnico, como o presidente da SB/AAC, João Frazão, destacam que o objetivo foi o mesmo desde o início: a manutenção no campeonato. O ‘coach’ confirma que nunca tiveram “grandes ilusões”, quer pelo pouco tempo de preparação, quer pelo conhecimento das dificuldades da equipa, “que esteve muito tempo afastada destas lides”.
Na segunda volta da fase regular, os séniores não conseguiram tantas vitórias como na primeira, pelo que agora enfrentam a possibilidade de disputar lugar nos ‘playouts’. O presidente evidencia o cansaço dos jogadores, que se encontram a treinar desde agosto do ano passado.
João Frazão dá ênfase também às consequências da pandemia. A ausência de público nos jogos tem contribuído para que os estudantes sintam a falta de apoio. Devido ao confinamento, “os atletas resumem a sua vida aos treinos e há falta da componente social, que fomenta a união dos jogadores enquanto seres humanos”, lamenta.
A nível financeiro, o dirigente agradece as receitas que têm conseguido devido ao apoio financeiro da câmara municipal de Coimbra e às mensalidades que continuam a ser pagas pelos pais dos jogadores em formação. “Apoios adicionais não existem”, declara o presidente da secção.
Quanto à existência de baixas na equipa por COVID-19, “a secção teve apenas 4 casos de infecção em 150 atletas e nenhum caso resultou de contágio interno”, conta João Frazão. O cumprimento correto das medidas de segurança e higiene impostas mostra que “não é o desporto que faz propagar o vírus”, acredita.
Embora gostassem de ter já a manutenção assegurada, “a equipa tem feito um trajeto muito interessante, em função das características deste campeonato”, considera o técnico. Mesmo com a falta de maturidade em jogar na primeira divisão, o presidente e o treinador afirmam que nada têm a apontar aos jogadores.
A prestação da equipa sénior tem tido importantes reflexos em toda a secção. “O facto de ter uma equipa ao mais alto nível é um chamariz para todos os atletas em formação, querem ser como os que estão na primeira divisão”, conta o dirigente.
Enquanto treinador, mas também como principal responsável da coordenação técnica e desportiva da secção, Ivo Rego tem o foco em tornar a Briosa uma referência nacional. “O reaparecimento da equipa sénior feminina é a prova que temos uma visão do basquetebol muito mais abrangente do que só a equipa masculina”, afirma.
Os últimos dois jogos desta primeira fase, com o Guimarães e com o Barreirense, dias 3 e 17 de abril, respetivamente, manifestam-se cruciais para garantir o factor casa nos ‘playouts’. “O objetivo da equipa é ganhar o direito de se manter na primeira liga e que para o ano esteja aqui com o público”, conclui o presidente.
