Organização assegura cumprimento de medidas de segurança. Apesar do confinamento, população demonstra sentido de solidariedade. Por Beatriz Monteiro Mota
No próximo dia 16 de março, a Associação Académica de Coimbra (AAC) vai organizar uma recolha de sangue aberta a toda a comunidade. Em parceria com o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), a iniciativa vai decorrer na sala de estudo do edifício sede entre as 15 horas e as 19 horas.
A chamada de atenção por parte dos hospitais e do IPST, no que toca ao défice das reservas de sangue a nível nacional, suscitou na comunidade académica o interesse de contribuir para esta causa. “O confinamento e as medidas restritivas, levaram a um decréscimo substancial das doações e, por isso, organizou-se esta iniciativa no mês de março, numa altura em que as reservas estariam mais uma vez em baixo”, explica João Assunção, presidente da Direção Geral da AAC (DG/AAC).
“O imperativo moral e a solidariedade da comunidade em poder ajudar através da doação de sangue” e “a possibilidade de a AAC poder ser um centro agregador entre a comunidade estudantil e citadina” são as vertentes fundamentais desta iniciativa, segundo João Assunção. Além da importância no combate à COVID-19, este evento tem ainda um papel central no apoio a outras patologias que continuam a existir apesar do contexto, acrescenta.
A recolha de sangue vai realizar-se com “total segurança”, salvaguarda o presidente da DG/AAC. Para isso, a organização criou um trajeto de forma a garantir que não há cruzamento de pessoas. “Os voluntários entram no edifício sede e dirigem-se à sala de estudo onde decorre o processo. No final da doação saem pela porta que liga aos jardins da AAC”, descreve. De modo a evitar aglomerações, a participação no evento requer uma pré-inscrição, através de um formulário presente nas redes sociais da AAC, disponível até 5 de março.
Após as doações, as amostras são armazenadas no IPST, que se encarrega de as distribuir pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS). O sangue doado pode então ser recebido por utentes de Norte a Sul do país. “É bom saber que o sangue é entregue onde for necessário e que é possível ajudar em grande escala as necessidades do SNS”, confessa o presidente da DG/AAC.
Segundo João Assunção, o confinamento não parece prejudicar a adesão ao projeto, pelo que o número de inscrições superou o esperado. “Apesar da comunidade estar confinada, existe mais solidariedade”, expressa. Sustenta ainda que o trabalho do SNS no combate à pandemia fomentou na população o sentimento de responsabilidade para ajudar os profissionais de saúde que se encontram na linha da frente.
O IPST disponibiliza um documento onde no qual esclarece todas os requisitos para se ser dador de sangue.
