Cultura

RUC celebra o 35º aniversário à distância

Fotografia gentilmente cedida por Tomás Cunha

O Presidente da Direção reflete sobre as consequências da pandemia na estação. Mote de comemoração simboliza resiliência da rádio ao longo da sua história. Por Jorge Correia e Jéssica Oliveira 

Comemora-se, dia um de março, o trigésimo-quinto aniversário da Rádio Universidade de Coimbra (RUC). A celebração dá-se com a divulgação do novo site da estação e conta com uma série de eventos no mês de março, entre concertos e conversas sobre diversos temas, incluindo sobre formas de gerir rádio em tempos de pandemia. 

Foi nos anos 40 que a RUC nasceu, quando um grupo de estudantes universitários começou a fazer rádio na Associação Académica de Coimbra. Nessa altura o estúdio ainda era improvisado, e só a partir dos anos 80 é que foram feitas as primeiras transmissões. Em 1983 a RUC era um centro experimental com a frequência 100.0 FM e em 1986 passa a designar-se pelo nome atual, com a frequência 107.9 FM. 

Quando questionado sobre os desafios que a estação encontrou em tempos de pandemia, o presidente da Direção da RUC, Tomás Cunha, assume que o primeiro confinamento foi muito complicado porque a equipa não estava preparada para fazer rádio à distância”. Refere ainda que todas as tarefas eram executadas a partir de casa, com estúdios improvisados, o que causou “implicações na qualidade” das transmissões e levou à diminuição de transmissões em direto.

Outra das consequências do confinamento relaciona-se com a formação da RUC.  O presidente da Direção menciona o facto de estas formações terem sido postas em causa por causa da primeira vaga de COVID-19. A solução encontrada pela rádio foi a antecipação das formações. Do ponto de vista financeiro, a RUC também foi afetada. Segundo Tomás Cunha, “perderam-se algumas formas de financiamento como a Queima das Fitas, que nos dava sempre uma parte da nossa receita”.

Durante a sua existência, a RUC atravessou fases difíceis. “Há 3 anos atrás foi a tempestade Leslie que destruiu a antena e que complicou muito o nosso trabalho”, confidencia Tomás Cunha. Ainda assim, apesar das dificuldades vividas ao longo dos 35 anos de estação, o dirigente da RUC confessa que o trabalho se faz sem restrições: “de forma livre, independente, sem estar sob as esferas de influência de ninguém.” Assim, “35 anos sem restrições” foi o mote escolhido para este aniversário, em “alusão à atual situação pandémica”.

Ao contrário de outras rádios universitárias, a RUC, para além de ser amadora,  apresenta-se como uma rádio-escola. A estação investe na formação de novos locutores em áreas como o desporto, a música, cultura e informação. “Somos uma rádio experimental, damos oportunidade aos nossos locutores para experimentarem e inovarem, ou seja, fazer uma rádio sem restrições”, afirma Tomás Cunha. 

Quanto ao futuro da RUC, o presidente da Direção acredita que os objetivos “de formar novos radialistas, de ter uma presença clara no panorama cultural na cidade de Coimbra e de não ter medo de ser uma rádio diferente” vão manter-se, mesmo com toda a imprevisibilidade que acarreta.

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