O dia manifestou uma estranha ambiência. Não dava para perceber se era do calor ou da energia da nova claque, os Ultras Covid. Para comemorar o Dia Mundial do Teatro, que foi ontem, Paulo Sérgio Santos disfrutou de um bom espetáculo das terras vizinhas. Agora ele já sabe o que fazer quando precisa de perder tempo.
Mika – 4
Algumas hesitações que me fazem temer pelo resto do campeonato. E pela falta de alternativas.
Fabiano – 3
Cheguei a compará-lo a Francisco Moura algures ainda em 2020, mas, entretanto, veio uma lesão. E passou de ser o melhor do recreio para ser o último tipo que se escolhe porque, convenha-se, talvez seja melhor jogar com ele do que fazê-lo com menos um. Também é capaz de ser boa ideia Pedro Roxo descer aos balneários e dar umas dicas ao rapaz, ele que fez alguma carreira como lateral direito.

Rafael Vieira – 3
Esteve ligeiramente melhor que em encontros anteriores, mas, e há sempre um mas, aquelas escorregadelas sucessivas ao minuto 21 são a imagem fiel de uma linha defensiva à deriva.
Silvério – 0
Por onde começar… Falta de velocidade, posicionamento deficiente, capacidade de tomar decisões inexistente e instinto nulo. Tudo isto reflete-se, claro, em ser comido em velocidade por jogadores com metade do tamanho e o dobro do corpo, julgar que um remate à meia volta e de costas, de fora da área, causaria algum perigo, e levar cartões amarelos quando a bola já está a uns bons dez metros de distância e o adversário nem de Ferrari lá chegaria. É capaz de ser alguém com potencial, como o Yuri Matias ou o Ki.
Fábio Vianna – 4
Percebe-se logo o porquê de ser a segunda escolha para lateral esquerdo e só sobressaiu no final do encontro, com dois ou três centros com algum perigo.
Ricardo Dias – 6
Está de volta! Não que tenha sido um jogo brilhante, mas, avaliando as várias hipóteses, diria que a braçadeira de capitão lhe fez bem. Ao ver o navio afundar-se, arregaçou as mangas, pegou num balde e começou a tirar água. É certo que é mais do que muita, mas se os outros fizerem o mesmo, talvez a coisa se equilibre.

Guima – 5
A sua participação no jogo fica marcada pelo ‘bromance’ com Vitinha aos 60’, com aquele sentido abraço fraternal. Fora isso, não detetei asneiras, o que pode significar: 1) que nada fez em campo, ou 2) que foi o pináculo da expressão futebolística “nem se deu por ele”. Vou optar pela segunda.
Fabinho – 4
Depois do passe açucarado aos 17’, para o falhanço escandaloso de Rafael Furtado, pensei que seria desta. Continua a habitar no limbo negativo da mediania.
Mayambela – 5
Foi ligeiramente melhor que quando entra a partir do banco, mas somente porque teve um lance em que ia marcando, já mais para o final da partida. Lance esse em que o comentador da SPORT TV me ia dando um ataque cardíaco ao dizer que tinha sido o Rafael Furtado a fazer aquele cabeceamento. Há coisas que, simplesmente, não são possíveis.
Sanca – 5
Continua sem justificar, a meu ver, os prémios de melhor jogador jovem do mês da II Liga, ele que até aparece, nas estatísticas do zerozero, em 55º (!) lugar em termos de participações em golo. Tem ginga, claro que sim, mas pede-se mais para que possa almejar a patamares mais elevados.
Rafael Furtado – 0
Tenho para o nosso ponta de lança de hoje uma palavra de oito letras. Para ajudar, posso dizer que começa por nuli e acaba em dade.
Traquina – 4
Entrou melhor do que tem estado nas últimas partidas. E dada a lesão grave de João Mário, bem vamos precisar das suas traquinices ao mais alto nível para as batalhas que se aproximam.
Bouldini – 5
Por mais que queira ser otimista ou positivo ou encorajador, o certo é que temos apenas um ponta de lança de qualidade no plantel. E quando ele entra, mesmo que depois de larga ausência por lesão, a diferença é abismal.

Dani – 1
Esforçou-se, mas já não nos convence como convenceu em tempos.
Diogo Pereira – 2
A participação nos últimos minutos traduziu-se num chorrilho de passes transviados, que já vi apanha bolas ao intervalo fazerem com maior acerto. Ia marcando nos últimos instantes da partida, mas foi somente e apenas isso, ia.
Rui Borges / Fernando Alexandre – 5
A nossa dupla assemelha-se, cada vez mais e à medida que caminhamos para maio, a um espremedor que já fez tudo o que conseguia. Os citrinos, esses, já estão no albedo e, apesar de se saber que é uma zona rica em nutrientes, tudo o que consegue deixar é um amargo de boca. Não haverá laranjas novas pelo Bolão?
Ultras Covid – 0
O povo costuma dizer que se a estupidez pagasse imposto, havia muitos mais pobres. Alguns deles não conseguiriam, inclusive, arrendar ou comprar um studio no Alma. Hoje intitularam-se Ultras Covid, escarnecendo da situação e das centenas de adeptos que gostariam de estar no estádio. Para mim, é um desrespeito completo por aquilo que são as normas de vivência em sociedade. Só falta virem dizer que não acreditam na pandemia e que é uma farsa criada pelo Estado para reduzir o custo do trabalho ou pelo Bill Gates para nos controlar com nanotecnologia. Vai-se a ver e devem ser amigos da Sandra Celas.
Maringá – 0
O exemplo típico da podridão a que chegou o futebol português (e que não é de agora). Não pode valer tudo para perder tempo, até porque mesmo que os minutos gastos com fingir lesões ou desidratação (!) sejam repostos pelo árbitro no final, o ritmo de jogo perde-se. Já muitos estudos foram feitos sobre o tema e a correlação entre o número de espectadores e o tempo útil de jogo é nítida. Depois não nos podemos queixar que temos jogos com mil adeptos numa II Liga, principalmente com profissionais deste calibre.

