Ciência & Tecnologia

Docente da UC é nomeada embaixadora do Conselho Europeu de Inovação

Fotografia gentilmente cedida por Rui Marques Simões

Projeto europeu distingue professora da FCTUC na lista de “Campeões Nacionais”. Conselho Europeu de Inovação procura ideias revolucionárias que possam impactar a sociedade. Por Carina Costa

Goreti Sales, professora e investigadora do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), foi distinguida pelo Conselho Europeu de Inovação (EIC) na “Lista dos Campeões”. Reconhecida pelos diferentes projetos europeus de que fez parte, Goreti Sales adquire, desta forma, o papel de embaixadora do EIC.

A “Lista dos Campeões” abrange personalidades da academia, indústria e sociedade civil de toda a União Europeia, atribuindo cargos de embaixadores do EIC a todos os cientistas nomeados. No âmbito do programa “Horizonte Europa”, o conselho pretende desenvolver tecnologias inovadoras e disruptivas.

A investigadora afirma que este cargo é mais do que um reconhecimento. “É a missão de inovar e tentar dar aos outros essa inspiração de que é possível ir mais além”, explica a docente. Enquanto embaixadora, Goreti Sales afirma que pretende motivar outros investigadores a tentarem obter financiamentos para “ideias fora da caixa”. 

O primeiro projeto europeu da docente foi em 2012, quando desenvolveu um dispositivo capaz de monitorizar biomarcadores de cancro de forma autónoma. Desde então, já apresentou mais dois projetos, sendo que o último, o “Mind Gap”, ainda está em decurso. O projeto, feito em colaboração com cinco parceiros, tenta desenvolver um dispositivo neurológico que consiga “monitorizar a saúde antes de monitorizar a doença”, ou seja, tenta prever doenças a longo prazo que se possam manifestar na atividade cerebral.

A professora, que diz ter uma “alma que veste ciência”, revela que procura sempre “ter ideias diferentes e que possam ter uma aplicação social”. Esclarece que “existe falta de conhecimento e muita dificuldade em explicar pequenas coisas que acontecem no mundo” e, por isso, “é preciso promover a inovação”.

Criado nesse sentido, o EIC “apoia a passagem de investigação inovadora para o mercado”, elucida a docente. “Uma das falhas que existe hoje em dia é conseguir fazer chegar ao mercado as novas tecnologias”, admite. Assim, este conselho pretende passar a “ciência escrita em papel” para “produtos em que as pessoas possam ter acesso”, finaliza Goreti Sales.

O EIC detém um orçamento de dez mil milhões de euros para o período de 2021-2027 e pretende “implementar medidas de financiamento junto das entidades privadas e nacionais de investigação”, informa Goreti Sales. O objetivo desta estrutura é apoiar inovações revolucionárias de grande impacto, com destaque para projetos que possam contribuir para os objetivos do Pacto Ecológico Europeu e do Plano de Recuperação da Europa.

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