AAC acusa secretário de estado de “falta de noção” para compreender as necessidades das estruturas estudantis. Presidente da DG/AAC convida deputado a visitar a realidade da AAC. Por Carina Costa
O presidente da Direção Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), João Assunção, afirma que o secretário de estado, João Paulo Rebelo, é incapaz de responder às necessidades do movimento associativo estudantil, após a emissão da Portaria n.º 47/2021. O diploma emitido pela Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto estabelece as medidas excecionais de resposta à pandemia, com um apoio extraordinário de até seis mil euros às associações estudantis.
Uma alteração feita em finais de 2020 ao apoio anual do Instituto Português do Desporto e Juventude às associações estudantis, “reduziu o apoio até 90 mil euros, no caso da AAC”, explica o presidente da DG/AAC. João Assunção apontou na altura esta ação como “nociva às associações estudantis”.
Contundo, este corte foi feito com “a promessa que iria haver um espetacular apoio extraordinário para as associações académicas” que se revelaram nuns “modestos seis mil euros”, conta o dirigente. Sendo que a AAC “perdeu, no último ano, perto de mais de meio milhão de euros”, evidencia João Assunção.
A DG/AAC relembra que desde o início da pandemia, não cortou “um único direito laboral aos seus mais de vinte trabalhadores”, cumprindo sempre com as suas obrigações. Caracterizando a AAC como “uma instituição que consegue impactar milhares de estudantes e cidadãos”, João Assunção, questiona ao secretário de estado se considera que a instituição vai conseguir sobreviver com seis mil euros adicionais.
O presidente da DG/AAC não esconde que a instituição ascende o meio milhão de euros de prejuízo neste momento, e realça que não exigem a total cobertura destas despesas. No entanto, pede uma maior compreensão ao Estado para que “estas estruturas, com influências no panorama político, cívico, cultural e desportivo nacionais, possam manter-se após estes 12 meses”.
As duas festas académicas canceladas, Queima das Fitas 2020 e Festa das Latas 2020, representam a maior perda financeira da AAC que produzem mais de trezentos mil euros de perda à casa. Acrescentando a este prejuízo, o regime das moratórias das rendas, que a instituição não recebe dos espaços comerciais há 12 meses, João Assunção relembra que os mais de vinte trabalhadores e as suas famílias dependem da AAC. “Se não houver um reforço neste apoio, fica em causa o compromisso para com os estudantes, a sociedade e os colaboradores”, completa.
Este apoio, aos olhos de João Assunção, não passa de uma “operação de charme política” tendo em conta o efeito prático que o apoio terá nas academias do país. O presidente da DG/AAC salienta que “nenhuma instituição sobreviverá com os seis mil euros adicionais”, retratando esta iniciativa como “uma falta de noção do secretário de estado para compreender a verdadeira realidade das estruturas estudantis”.
A DG/AAC e o seu presidente fazem assim um convite a João Paulo Rebelo, para que “este possa sair da sua realidade e vir conhecer aquilo que tutela” e perceber o que é uma associação como a AAC.
