Ensino Superior

AAC celebra Dia Nacional do Estudante com intervenção política

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Diminuição das propinas para primeiro e segundo ciclo de estudos é uma das medidas reivindicadas. João Assunção realça papel da AAC no impedimento da precarização da juventude. Por Beatriz Monteiro Mota

O Dia Nacional do Estudante assinala-se na próxima quarta-feira, 24 de março. Para marcar a data, a Associação Académica de Coimbra (AAC) vai assegurar uma intervenção política, pelas 11 horas, à porta do edifício sede. A iniciativa, em homenagem à luta estudantil na década de 60, pretende garantir que o governo concretize as medidas prometidas em relação ao ensino superior. 

Neste sentido, o principal objetivo do evento é “colocar na agenda política, não só da AAC, mas dos órgãos de soberania do país, uma chamada de atenção para a necessidade de concretizar alguns apoios sociais extraordinários”, afirma João Assunção, presidente da Direção-Geral da AAC (DG/AAC). O presidente garante que esta medida é crucial para “evitar a precarização do sistema e da juventude, bem como o abandono escolar no próximo ano letivo”. 

A propina zero é um dos temas da reivindicação. João Assunção informa que é necessário “um sinal de que o Estado português quer continuar na rota de progressiva diminuição da propina no ensino superior”. Num momento em que “os mestrados ganham cada vez mais relevo no panorama do mercado laboral”, o presidente acredita na importância de uma limitação legal da propina do segundo ciclo de estudos. 

Também os estudantes internacionais são alvo de atenção e, por esse motivo, “precisam da mesma limitação legal”. “Há milhares de colegas numa situação muito débil, que, por força de uma pandemia global, se veem a braços com o impedimento de continuar os estudos no próximo ano letivo”, lamenta.

João Assunção assinala ainda uma outra medida que considera crucial, desta vez, no que toca à concretização do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior. O plano anunciado pelo Governo garante que, até 2026, sejam distribuídas 15 mil novas camas pelas residências universitárias do país. O presidente acredita que o programa é “ambicioso”, no entanto, admite que não está a ser posto em prática. “Coimbra, por exemplo, ainda não recebeu nenhuma cama nova”, revela.

O dirigente associativo recorda o papel da academia na agenda política e social e destaca a importância de homenagear, na data em questão, as gerações que fizeram parte das lutas do passado.  “Há um conjunto de intervenções e reivindicações políticas que a AAC tem posto em prática, como a combate à propina desde 1991, a questão do regime fundacional e do aumento das bolsas”, enumera. 

Num panorama mais recente, João Assunção realça o papel do Dia Nacional do Estudante em “fazer repensar os últimos doze meses”. Na visão do presidente, a crise sanitária desencadeou uma crise económica e social no país, que pode afetar o futuro da geração atual. “O nosso desejo é assinalar que estamos a resvalar para uma situação caótica no ensino superior e a AAC não o vai permitir”, exclama. 

O início da intervenção vai ser marcado com uma atuação da Secção de Fado da AAC e, de seguida, vai decorrer um discurso de João Assunção. O presidente da DG/AAC assegura que o evento vai decorrer “segundo todas as condições de segurança e o respetivo distanciamento social”. 

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