Decisão decorre do pedido da república para que esta sua condição seja reconhecida pela Associação Académica de Coimbra. Declaração vai ao encontro da posição do Conselho de Repúblicas. Por Jorge Correia
No passado dia 3 de fevereiro, a Associação Académica de Coimbra (AAC) emitiu uma nota de imprensa na qual admitia reconhecer o Solar Residência dos Estudantes Açorianos (SoREA) como república. Tal aconteceu devido ao despejo dos habitantes ocorrido no início do mês de janeiro, por ordem do tribunal.
Os representantes dos despejados reuniram-se com a Reitoria da Universidade de Coimbra (UC) e com a AAC, que no próprio dia assumiram a responsabilidade de transportar e realojar os estudantes e os seus pertences – e que agora puderam voltar para a república.
O presidente da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra (DG/AAC), João Assunção, declara que este reconhecimento não é de agora, uma vez que, em mandatos anteriores, a DG/AAC já tinha recorrido à utilização destes documentos. Refere ainda que esta “situação formal”, que compara a “quando um Estado reconhece a legitimidade de um Governo de outro Estado”, vem fortalecer essa mesma posição e abrir caminho à adoção da mesma atitude por parte da UC.
Em relação ao reconhecimento do SoREA como república, o dirigente alega que “esta decisão da AAC visa a integração dos Açorianos na comunidade de repúblicas de Coimbra”. João Assunção espera um resultado positivo para a contribuição da tomada de posse do edifício pela autarquia, para que a casa se torne habitável não só para os repúblicos do presente, mas também para que os estudantes vindouros “possam de facto fazer parte da história daquela república”.
Relembramos que este assunto remonta a dezembro do ano passado, como o Jornal A Cabra noticiou na passada edição 302, em que dava conta do iminente despejo dos habitantes da república. Em jeito de conclusão, o presidente da DG/AAC espera que a eventual posse administrativa do SoRAE resulte na proteção do edifício e dos estudantes que nela vivem.
