Ciência & Tecnologia

Tecnologia com o selo da UC permite manter a distância física entre médico e paciente

Foto cedida por João Santos

Equipa cria alternativa a estetoscópios tradicionais. Académicos criam tecnologia que revoluciona a auscultação pulmonar. Por Lara Ximenes

Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra (FCTUC) apresentou uma solução para uma problemática no campo da saúde: a auscultação pulmonar em tempos de pandemia. Os cientistas desenvolveram uma tecnologia que permite a monitorização dos pulmões do doente à distância.

O início das infeções por COVID-19 colocou obstáculos ao contacto direto entre o clínico e o paciente. O elevado contágio dificulta vários meios de diagnóstico como por exemplo um exame recorrendo a um estetoscópio. 

O doutor Carlos Robalo Cordeiro, pneumologista, refere a importância da auscultação pulmonar para identificar várias complicações como “a existência de muitas secreções ou de zonas do pulmão que não estão a ser ventiladas”. Na impossibilidade de usarem o método convencional, os médicos têm recorrido ao raio-x, à ecografia e à TAC apesar de serem meios mais dispendiosos e consumirem tempo e recursos humanos. O pneumologista ressalta que o estetoscópio é extremamente necessário para verificar “a estabilidade, a melhoria ou, pelo contrário, o agravamento” da condição do doente.

Foi uma equipa da Universidade de Coimbra que deu resposta a esta adversidade mediante uma tecnologia que funciona de forma remota. O profissional de saúde, que antes encostava o estetoscópio à área torácica do paciente, deixa de o fazer. Ao invés disso, o estetoscópio recolhe a informação que depois é enviada para a aplicação gratuita, “SafeSteth”, no telemóvel por conexão ‘bluetooth’. 

João Santos, um dos investigadores responsáveis, explica que como se trata de ‘bluetooth’ 2.0, “a transmissão da informação está garantida até dez metros”. Desta forma, o médico precisa de ter consigo “auriculares bluetooth comerciais que se conectam ao telemóvel”, refere o cientista.

Na ótica do pneumologista Carlos Robalo Cordeiro, esta tecnologia é vantajosa porque permite que “médicos mais experientes tenham acesso aos sons captados por médicos mais jovens”. Assim, a fiabilidade diagnóstica seria mais elevada pois haveria opiniões séniores na matéria.

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