Ciência & Tecnologia

Sensores desenvolvidos na UC vão ao espaço

Fotografia cedida por Cristina Pinto

Pesquisadores da UC criam sensores que agregam a Estação Espacial Internacional em 2021. Projeto pode atrair investimento científico para a universidade e ter papel na astrofísica de altas energias. Por Ana Haeitmann e Cátia Gonçalves 

Investigadores da Universidade de Coimbra (UC) desenvolvem sensores de Raios X e Raios Gama que vão ser testados na Estação Espacial Internacional (EEI). A experiência científica é liderada pelo Doutor Rui Curado Silva, investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra (FCTUC) e do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP). O projeto é lançado ao espaço em 2021 e regressa à Terra, após um ano, com ‘feedback’ para os cientistas. A experiência pretende compreender melhor a “mecânica do universo” e pode abrir muitas portas para a astrofísica atual, além de ter possíveis utilidades médicas.

A EEI vai acoplar os sensores, desenvolvidos pela UC, na plataforma exterior Bartolomeo, para medir os comprimentos das ondas gravitacionais. Um dos objetivos deste aparelho é ser capaz de se sujeitar a mudanças significativas de temperatura, que podem passar dos -150 graus até aos 120 graus, assim como a uma forte exposição à radiação. A experiência, financiada pela Agência Espacial Europeia (AEE), vai servir como teste aos materiais dos sensores e à sua durabilidade no espaço. 

No final do ano de teste, o aparelho vai ser devolvido à Terra pela AEE, para que os investigadores verifiquem as condições do equipamento e o seu estado de deterioração, a fim de perceber o que pode ser melhorado. O objetivo final, segundo Rui Curado da Silva, “é o desenvolvimento de telescópios espaciais que funcionem bem, durante o maior número de anos possíveis’’. O sucesso da experiência, “não tem somente utilidade na astrofísica de altas energias, mas também pode ter aplicações médicas, como por exemplo, em tomografias”, esclarece o coordenador do projeto.

A oportunidade de executar a experiência na EEI surgiu do concurso “Euro Material Ageing”, e segundo Rui Curado da Silva, se tiver êxito, “vai ser natural o aumento de convites de missões espaciais, como já tem acontecido, mas agora com mais propriedade, mais destaque e financiamento, por parte da AEE e NASA”. Portanto, o projeto “pode colocar a UC em destaque no campo científico, além de atrair estudantes para esta área de investigação da astrofísica”, complementa o coordenador da iniciativa.

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