Candidatos discutem redução de propinas e maior representatividade da comunidade académica. Uma UC mais inclusiva é prioridade das duas listas. Por Julia Floriano e Marília Lemos
Na tarde de 4 de dezembro, teve lugar na Rádio Universitária de Coimbra o primeiro debate entre os candidatos do terceiro ciclo do Conselho Geral. A discussão foi entre Carolina Rocha, representante da Lista R, e Luís Coimbra, atual Conselheiro Geral da Lista D, ambos doutorandos pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
O representante da Lista D aponta como prioridades as bolsas de financiamento, a participação “ativa e direta” dos doutorandos e o “prolongamento dos prazos de entrega das teses”. A representante da Lista R também destaca a necessidade de uma maior participação dos estudantes nos órgãos da Universidade de Coimbra (UC) e reforça o compromisso de sua lista em promover “uma comunicação permanente, participativa e inclusiva”. Além disso, reitera a proposta de uma UC “pública e gratuita” como forma de “combater a mercantilização do ensino superior”.
Carolina Rocha destaca que a carreira de investigação é pouco valorizada no país, o que reflete na pouca representatividade do discentes nos Conselhos Gerais. Para ambos os representantes, o Regime Jurídico do Ensino Superior (RJIES) restringe a participação dos investigadores no Conselho Geral, o que agrava esta problemática.
Luís Coimbra explica que a pandemia foi um desafio do presente mandato e que “nunca teve tanto trabalho”, mas que “há questões que ficaram por fazer, como a redução de propinas e o evento PhD day”. Contudo, a lista faz um balanço positivo do mandato e destaca a tentativa de resolver os efeitos desse contexto.
Carolina Rocha, por sua vez, refere que “os problemas já existiam e foram apenas evidenciados e agravados pela pandemia”, e “apesar da situação, não se pode abandonar as lutas estruturais pela dignificação do trabalho dos doutorandos”, destaca. Acerca do último mandato, defende que “a falta de comunicação e participação de plenários é algo que deve ser mudado”.
No que toca a diminuição das propinas e atribuição de bolsas, ambos os candidatos concordam que o investimento governamental na investigação é insuficiente. A candidata da Lista R defende que “o problema está no não reconhecimento dos doutorandos como investigadores no início da carreira”, e reitera a “importância de um contrato de trabalho para a proteção social dessa comunidade”. Acrescenta ainda que “um plano de redução progressiva a culminar em abolição efetiva é essencial para garantir uma UC inclusiva”. O atual Conselheiro Geral completa que essa redução “deve ser compensada pelo orçamento do Estado”, e explicita que “questões socioeconómicas não devem ser impeditivas para alguém tirar o doutoramento”.
