Apesar do empate Académica mantém segundo lugar na tabela. Jogo marcado pelos dois cartões vermelhos mostrados aos estudantes. Texto por Francisco Barata e Diogo Machado e fotografias por Nino Cirenza
O Estádio Cidade de Coimbra recebeu hoje novo jogo a contar para a 12ª jornada da Segunda Liga Portuguesa que colocou frente a frente Académica e Casa Pia. Num jogo onde nem sempre se praticou o melhor futebol e em que a briosa acabou reduzida a nove, os estudantes conseguiram um empate frente à equipa do Casa Pia. A equipa comandada por Rui Borges teve duas mudanças no onze inicial em comparação com o confronto para a Taça de Portugal frente ao Académico de Viseu. O técnico academista moveu Ricardo Dias para a sua habitual posição de trinco, retirando Mimito Biai e promoveu o regresso de Bruno Teles, que atuou na posição de defesa central, para além de Mika que regressou à titularidade em vez de Daniel Azevedo.
O jogo começou equilibrado, com ambas as equipas a procurarem ter bola e a assumir o jogo. Apesar dos poucos lances de perigo, destaca-se um livre do Casa Pia pelo lado direito do ataque e o contra-ataque de Traquina, que podia ter causado dano aos forasteiros tivesse o capitão da Académica dominado a bola com qualidade. A Académica ia-se mostrando cautelosa na defesa e tentava explorar as costas da defesa dos gansos ao longo dos primeiros minutos do jogo.
A partir do minuto 20 a equipa visitante começou a controlar o jogo, com algumas bolas mais perigosas vindas do extremo Malik pelo lado direito do ataque. A equipa do Casa Pia mostrava-se paciente na sua construção e a Académica, por seu lado, estava pouco esclarecida na saída para o ataque.
Tal como o céu, também o jogo ficou mais cinzento para os estudantes com a expulsão do central Rafael Vieira ao minuto 32. Num contra-ataque do Casa Pia, o central da briosa é ultrapassado por Saviour e comete falta sobre o adversário, e acaba expulso pelo árbitro Rui Lima. Até ao final do primeiro tempo a partida ficou marcada por um período faltoso em que ambas as equipas anulavam qualquer tipo de construção ofensiva.
No segundo tempo, o Casa Pia continuava à procura de espaços na defesa academista, destacando-se uma investida do extremo ganês Malik pelo corredor direito dos casapianos. Ao minuto 59, no seguimento de um canto para os forasteiros, Zolotić desvia dentro de área e Muscat, sem oposição, só tem de encostar para marcar o 1-0 para o Casa Pia.
A partir dos 60 minutos, a Académica mostra-se mais ofensiva e à procura do golo da igualdade, apesar de reduzida a dez elementos. Rui Borges reuniu a equipa à passagem do minuto 65, aproveitando a assistência a Mika e, pouco depois, a Académica quase tem um lance de felicidade quando o defesa central Kelechi cabeceia para a sua própria baliza. Só o guarda-redes Ricardo Batista conseguiu evitar aquele que seria o golo do empate para a briosa.
Os estudantes chegaram ao golo da igualdade ao minuto 71 da partida. Após um cruzamento teleguiado de Fabinho do lado esquerdo para Traquina, o capitão assiste de cabeça João Mário que à boca da baliza encosta para restabelecer a igualdade no marcador.
A equipa conimbricense sofre, contudo, novo revés aos 74 minutos quando o lateral direito Fabiano acaba expulso após cuspir para cima do médio Christian. Reduzida a nove, a equipa da briosa teve ainda uma oportunidade flagrante para marcar novo golo aos 76 minutos por Bouldini, que teve o remate defendido pelo guardião adversário.
Até ao final do jogo, o Casa Pia, motivado pela expulsão de Fabiano, teve mais bola e esteve sempre mais próximo da baliza de Mika, mas sem criar verdadeiras situações de perigo para os estudantes. Além de um cabeceamento dentro de área de Platiny e de um remate do recém-entrado Bruno Sousa, o Casa Pia não teve muito mais oportunidades dignas de registo. Apesar de mais alguns lances polémicos nos últimos momentos do jogo, o árbitro deu por terminada a partida e consumou-se assim o empate entre as duas equipas.
Para o treinador do Casa Pia Filipe Martins, o melhor período da sua equipa foi quando o jogo esteve “11 para 11”. O técnico explicou que os casapianos tiveram de “procurar espaços na estrutura da Académica, que estava bem organizada”, além de reconhecer que os estudantes “conseguiram ir buscar forças para empatar um jogo que devia ter ficado resolvido mais cedo”.
Já o técnico da Académica, Rui Borges admitiu que a sua equipa foi “exposta a coisas novas” e que teve de procurar soluções para resolver os problemas que apareceram. Apesar de lamentar a atitude do jovem Fabiano que levou à sua expulsão, enalteceu a organização da equipa da briosa e o trabalho que esta teve para conseguir o empate no jogo.
O próximo jogo da Académica é no próximo dia 27 contra o Desportivo de Chaves a contar para a 13ª jornada do campeonato.
