Ciência & Tecnologia

ESTeSC integra projeto sobre os impactos da pandemia na saúde

Fotografia cedida pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde

Criação de base de dados comum possibilita novas estratégias a nível de saúde. Divulgação do conhecimento científico é prioridade da iniciativa. Por Marília Lemos e Jéssica Terceiro

No âmbito de criar conhecimento e estratégias a nível da saúde em consequência à COVID-19, o projeto unCoVer provém de um grupo de trabalho de controlo de doenças à escala da União Europeia. Ana Lúcia Baltazar, docente e representante da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC), explica que o foco é “criar uma sinergia entre o levantamento de dados, seja de origem clínica ou populacional, realizado por diferentes países e entidades no âmbito da pandemia”. O programa iniciou-se a 15 de novembro e irá estender-se até 2022.

A iniciativa tem como princípio a unificação das bases de dados, e o objetivo prático é tornar estes dados científicos disponíveis para todos. Segundo Ana Lúcia Baltazar, o intuito é “criar uma ponte que possibilite a produção de conhecimento e a elaboração de estratégias a nível de saúde”. Ressalta também a relevância de o conteúdo ser divulgado em plataformas online, para que “qualquer pessoa possa entrar e saber mais sobre saúde e a sua relação com a pandemia”, completa.  

No que toca à atuação da ESTeSC no projeto, a docente refere que se concentra em representar a nutrição e as suas bases de dados relativas à COVID-19, a fim de criar conhecimento através desta área científica. A participação ocorre por terem “acesso a informações no âmbito de nutrição e das mudanças dos hábitos alimentares da população no período pandémico”. Salienta ainda que estes fatores “podem contribuir para o desenvolvimento da patologia e seus sintomas”.

O impacto causado pela pandemia forçou metade da população mundial a ficar em casa para combater a sua disseminação. Neste sentido, originou-se uma modificação em termos de padrões alimentares e uma redução na atividade física, que se reflete em “maiores consumos alimentares, o que leva ao excesso de peso”, reconhece Ana Lúcia Baltazar. A mesma informa que é possível que o excesso de peso tenha consequências mais graves a nível da COVID-19. A Diretora do Departamento de Dietética e Nutrição defende que “esta correlação vai ser uma das variáveis para estudar como a doença contribuiu para a mudança destes hábitos sociais e estilo de vida”.

Tendo em conta a pesquisa efetiva do projeto já feita, a equipa pretende criar uma transversalidade entre as diferentes variáveis e dados levantados nos inúmeros países e, tentar encontrar elementos que sejam comuns entre todos. Ana Lúcia Baltazar explica que, através de uma equipa da ESTeSC que desenvolveu o projeto, houve uma avaliação da população portuguesa no que se refere aos hábitos alimentares antes e no decorrer do confinamento.

Na perspetiva económica, o financiamento está dentro daquilo que é pressuposto para o projeto, mas a diretora acredita que poderia ser maior de modo a possibilitar a transposição de conhecimento para o exterior. Alega que os fundos disponibilizados “serão suficientes, com certeza, para fazer a diferença”.

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