Reabertura está no âmbito da XXVI edição do Caminhos. Para responsável pela revitalização da sala, trata-se de um recomeço para “um espaço mítico da cidade”. Por Nino Cirenza
Foi reaberta a sala de cinema das Galerias Avenida, localizada na Avenida Sá da Bandeira. A primeira exibição, após um hiato de uma década, foi o documentário “Um Punk Chamado Ribas”, de Paulo Antunes, exibido na noite de quinta-feira dia 5 de novembro.
Tiago Santos, organizador do XXVI Festival Caminhos do Cinema Português e responsável pela reabertura da sala, explica que o resultado conseguido é derivado de um “esforço de anos de trabalho”. O organizador conta que desde 2015 estava em negociações com os responsáveis das Galerias Avenida, mas que apenas no verão de 2020 foi confirmada a parceria, com o intuito de realizar algumas exibições do Caminhos.
“É um espaço para programar com maior segurança”, esclarece Tiago Santos, tendo em conta o contexto de pandemia. A sala, com capacidade para 200 pessoas, vai operar com a capacidade reduzida pela metade durante o Caminhos, e, mesmo após o festival, vai contar com quatro exibições no mês de dezembro.
Tiago Santos informa que a parceria com as Galerias Avenida se encerra no final do ano de 2020, mas que espera sensibilizar a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) para oportunidade “de se ter um cinema de grande porte na rua”, afirma. O responsável pela reabertura da sala demonstra entusiasmo pela reabertura do espaço “é um espaço mítico da cidade, que remonta ao século dezenove”, afirma.
Tiago Santos recorda a importância de se tratar de um “cinema de bairro” que permite uma maior proximidade com o público, algo que possibilita que “pessoas possam dialogar na porta do cinema”. “É completamente diferente de outros centros comerciais. Onde tu entras, vais a zona de alimentação e entre todas as ofertas o cinema é a que menos se destaca”, declara.
A reabertura da sala de cinema das Galerias Avenida está no âmbito da XXVI edição do Festival Caminhos do Cinema Português, que começa no próximo dia 9, com cerca de 200 filmes e 90 horas de cinema. João Paes, organizador do Caminhos, explica que este ano o festival foi estendido de uma semana para “praticamente um mês”, para não formar aglomerações na cidade. João Paes também explica que há “planos B, C e D” caso as restrições de horário para exibições (impostas em muitos conselhos do país) sejam alargadas para Coimbra.
Tiago Santos comemora a adição da sala de cinema das Galerias Avenida para o festival, dado que era uma preocupação que o evento ficasse restrito à exibições virtuais. “Não podíamos estar a transmitir o melhor cinema português de um ecrã pequeno, porque o que se perde é o mesmo que se ouvir um concerto de ‘heavy metal’ com fones pequeninos”, revela.
