Falta de vacinas preocupa Presidente da União de Freguesias de Coimbra. Dos dezoito mil inscritos, apenas vinte por cento recebeu vacinação. Por Margarida Martins e Xavier Soares
A União de Freguesias de Coimbra e a Unidade de Saúde Familiar do Centro de Saúde da Fernão Magalhães viram-se forçadas a interromper o plano de vacinação contra a gripe. A Administração Regional de Saúde do Centro (ARS) não tem vindo a fornecer vacinas suficientes e João Francisco Campos, presidente da União de Freguesias de Coimbra, teme pela saúde dos grupos de risco.
João Francisco Campos alerta para a importância da vacinação como forma de precaver falsos rastreios da Covid-19, dado que os sintomas são idênticos aos da gripe. De igual forma a vacina “retira pressão aos hospitais uma vez que estes já estão sobrecarregados com a Covid”, acrescenta. Questionado sobre a razão para a falta das vacinas, João Francisco Campos declara que “simplesmente não há razão”.
Em carta aberta à ministra da Saúde, Marta Temido, João Francisco Campos aponta para a negligência do Estado e afirma que o “nível de risco dos idosos e doentes crónicos está a aumentar sem a vacina”. “A gripe também mata, não é só a Covid”, salienta.
Quanto à atuação do Governo e do Serviço Nacional de Saúde (SNS), João Francisco Campos é da opinião que “não basta só implementar regras, é preciso também dar uma resposta sobre como proceder” numa situação em que faltam vacinas para os cidadãos de risco. O presidente da União de Freguesias de Coimbra afirma ainda haver pessoas que “precisam da vacinação e não conseguem entrar em contacto com os centros de saúde”.
Face à situação pandémica que o país enfrenta, João Francisco Campos receia haver “uma tendência para piorar” uma vez que o Estado não tem conseguido dar conta “de algo tão simples como a gripe”. “É grave se for só em Coimbra, mas é ainda mais grave se pusermos esta situação à escala nacional”, conclui.
