Porto e Lisboa cancelaram as praxes académicas, mas Matias Correia permanece confiante de que com cuidados não há tantos riscos. MCV responde à carta aberta do ministro do Ensino Superior sobre a integração dos novos estudantes. Por Ana Haeitmann
A relevância das praxes em tempos de pandemia foi questionada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, por meio de uma carta aberta para as associações de estudantes e instituições de ensino superior portuguesas. Em resposta, o Conselho de Veteranos da Universidade de Coimbra – Magnum Concilium Veteranorum (MCV) publicou uma declaração na sua página oficial do Facebook, a favor da promoção das praxes em Coimbra, ao contrário dos académicos do Porto e Lisboa.
Manuel Heitor criticou as praxes académicas sob as palavras de “abuso, humilhação e subserviência”, além de salientar que não condizem com a atual pandemia e não colaboram para o controlo do vírus no meio académico. “A realização das iniciativas de receção e integração dos novos estudantes no ensino superior deve ser estimulada, mas também a segurança sanitária e prevenção à propagação da pandemia”, afirma o ministro.
Em resposta às palavras de Manuel Heitor, o dux veteranorum do MCV, Matias Correia, salienta a importância das praxes para “manter a tradição académica e a relação intergeracional entre os caloiros e os grupos académicos”.
Matias Correia salienta que as medidas sanitárias impostas à Praxe de Coimbra são suficientes e legítimas. “A partir do momento que é lícito estar numa sala de aula com um certo número de pessoas, também podem estar dez pessoas num parque da cidade a fazer as suas atividades”, comenta.
O MCV estabeleceu medidas de segurança a aplicar na praxe, como o distanciamento entre as pessoas, o impedimento de atividades que envolvam contacto físico, o uso de máscara e a limitação do número de participantes. O dux veteranorum acredita que as regras são “suficientes” e que “não há risco para os estudantes”. Desta forma, a Praxe Coimbrã será mantida, apesar das praxes de outras universidades portuguesas terem sido canceladas por causa da pandemia.
