Ciência & Tecnologia

NEEMAAC e investigadores da UC pedem auxílio à comunidade com impressoras 3D na produção de viseiras hospitalares

D.R.

Objetivo é doar a hospitais e outras entidades e instituições com necessidade deste equipamento. Contacto com o CHUC permitiu agilizar o processo. Por Francisca Soeiro

A propósito do impacto do Covid-19 e da falta de material que existe em hospitais e não só, o Núcleo de Estudantes de Engenharia Mecânica da Associação Académica de Coimbra (NEEMAAC) juntou-se a uma equipa liderada pelo professor Norberto Pires. O docente exerce funções no Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). O objetivo esta ação de solidariedade é que as viseiras sejam doadas ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), assim como a outras entidades que necessitem. Para a produção do material é necessária uma impressora 3D.

Norberto Pires conta que a emergência em que Portugal se encontra leva a “uma necessidade enorme de proteção para profissionais de saúde”. Além dos hospitais estarem numa situação preocupante, o docente alerta que é necessário ter também em conta “centros de saúde, lares de terceira idade ou sítios onde existem crianças com necessidades especiais que não têm assistência e mesmo farmácias e bombeiros”. Tendo isto em conta, Norberto Pires deu andamento ao projeto das viseiras.

“Fez-se o desenho de uma viseira que pudesse ser produzida por uma impressora e que fosse fácil de montar em casa”, explica. Além disso, refere que conta com a colaboração de várias empresas que se associaram à ideia, o que torna mais fácil a produção em massa. “O CHUC precisa de 250 viseiras por dia. São necessidades grandes que implicam meios de produção maiores”, conclui.

O CHUC está a par da iniciativa, uma vez que “todas as viseiras têm de ser esterilizadas”. Isso “ajudou a validar modelos e possíveis alterações ou averiguar se os mesmos eram compatíveis”, informa o professor da FCTUC. O mesmo especifica que já foram doadas cerca de duas mil viseiras e o objetivo é aumentar o número e chegar às dez mil ou mais. “Isto apenas resolve o problema de uma região, que é a região de Coimbra”, elucida.

O presidente do NEEMAAC, João Areal, partilha da mesma opinião e conta como o seu núcleo se juntou ao projeto. “Começou numa parceria com o professor Miguel Parão do Departamento de Engenharia Mecânica da FCTUC. Por coincidência, nesse dia, o professor Norberto Pires desenvolveu o modelo desta viseira hospitalar para impressão 3D”, explica.  Segundo João Areal, a partir daí o objetivo foi reunir o máximo número de impressoras. “Não se trata de uma produção inteira no mesmo local. Cada pessoa faz a viseira em sua casa e posteriormente envia para nós”, conta. Após isso, é feita uma avaliação para que o material chegue da forma mais segura possível ao hospital.

João Areal explica que o processo de impressão, uma vez que o desenho já está idealizado, é “simples e entre duas horas a duas horas e meia, a peça está feita”. “A partir daí é só fazer uma montagem cuidadosa para que o acetato fique bem recortado e não magoe quem está a usar”, refere. O presidente do NEEMAAC alerta que “toda a ajuda é pouca” e que mesmo quantidades pequenas “podem ajudar muita gente”.

Para que se possa proceder à doação de viseiras, deve contactar-se o NEEMAAC pelo ‘e-mail’ [email protected]. O pedido de ajuda encontra-se também na página do Facebook do núcleo, que pode aceder aqui.

To Top