Organismos estudantis unem-se em para celebrar 730 anos da UC. Vice-reitor acredita que D. Dinis, fundador da instituição, iria apreciar aquela homenagem. Por Gustavo Freitas
Na noite deste 1 de março, o Teatro Académico de Gil Vicente deu lugar ao concerto Universis, uma apresentação inédita, montada a partir da composição de Luís Cardoso. A apresentação iniciou as atividades da 22.ª Semana Cultural da Universidade de Coimbra (UC) e das comemorações dos 730 anos da instituição de ES.
Os grandes responsáveis pela noite foram os maestros André Granjo e Leandro Alves, que estiveram à frente da Orquestra Académica da Universidade de Coimbra (OAUC), protagonista do concerto com cerca de 70 integrantes. Junto da OAUC, participaram da apresentação também o Coro Misto da Universidade de Coimbra (CMUC) e o Orfeon Académico de Coimbra (OAC). A professora Susana Milena também foi um dos destaques da noite, interpretando o solo da obra principal.

Perante uma plateia cheia, o vice-reitor para Cultura e Ciência Aberta, Delfim Leão, fez as honras e representou a Reitoria da UC, dando as boas vindas aos presentes. “Optou-se, para dar nome a este concerto, pela palavra com que D. Dinis se dirige a todos quantos: Universis. D. Dinis talvez não esperava que conseguiria tanto com a carta que assinou no dia 1 de março de 1290”, acredita Delfim Leão.
O vice-reitor aproveitou o momento ainda para anunciar eventos que vão ser realizados pela UC ao longo do ano na área da Cultura, de modo especial. O primeiro acontece entre maio e junho, chamado Mimesis, de teatro e artes performativas. O segundo, o ciclo de música Orphika, decorre entre novembro e dezembro.

O evento esteve dividido em quarto partes. Para iniciar, foi tocado o Hino Académico da Universidade de Coimbra, de autoria de José Cristiano de Medeiros. Logo após, a OAUC apresentou a obra “Little Ouverture”, de Carlos Firmino. O compositor, ex-maestro da Tuna Académica da Universidade de Coimbra, esteve presente nesta noite e foi convidado ao palco para receber homenagem. A peça foi oferecida pelo compositor à UC em 2018.
Após a primeira parte, os coros juntaram-se à OAUC para apresentarem “Universis”. A composição é baseada no texto de fundação da UC, de autoria de D. Dinis. De vermelho, em contraste às capas negras e ao fundo azul que coloriu grande parte do tempo o fundo da sala de concertos, a solista juntou-se ao grupo em duas entradas. Ao fim da apresentação, Luís Cardoso e Susana Milena também receberam homenagens em palco.
Para a terceira apresentação programada para a noite, fez-se pausa de alguns minutos para que a orquestra pudesse se reorganizar naquele espaço. De acordo com o maestro André Granjo, esta foi a primeira vez que a composição de Steven Bryant, “Ecstatic Waters”, foi tocada em território europeu, o que tornou inéditas as três composições.
Esta última contou com sonoridades reproduzidas por computadores, que se alinharam aos sons da orquestra, dando o toque mais contemporâneo das peças à cerimonia. Para terminar, por pedido do público, a OAUC tocou mais uma vez a obra “Universis”, mas, desta vez, sem coros e solistas.
Ao final, o maestro André Granjo lembrou-se com emoção do facto de ter participado de apresentações na primeira semana cultural da UC e, 22 anos depois, estar à frente do OAUC, celebrando estes 730 anos.
O evento contou com produção da TAUC e do Instituto Português do Desporto e da Juventude. Até ao dia 14 de março, outras atividades acontecem nos diversos espaços da UC e da cidade de Coimbra.
Fotografia de destaque: A soprano Susana Milena apresenta-se com a OAUC no concerto Universis
Fotografias por Gustavo Freitas
