Mecanismos de prevenção para COVID-19 detetam caso de meningite bacteriana. Mais de 500 pessoas prevenidas contra meningite. Por Tomás Barros e Bruno Oliveira
Um aluno do Departamento de Engenharia Informática (DEI) da Faculdade Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra que atendeu o Typomania Festival, foi diagnosticado com meningite bacteriana. O anúncio foi feito pelo próprio departamento através das redes sociais com as medidas que devem ser tomadas por todos os participantes. Para além dos intervenientes, foram contactadas cerca de 200 pessoas com possíveis ligações aos círculos do estudante.
Segundo a reitoria, o estudante em questão manifestou sintomas em contexto académico. Tendo em conta que os sintomas são idênticos aos de COVID-19, foram acionados os mecanismos já preparados para lidar com o vírus. Posteriormente, já em contexto hospitalar, foi diagnosticado com meningite bacteriana.
A meningite bacteriana é uma doença provocada por uma inflamação nas membranas que envolvem todo o sistema nervoso central, a medula espinal e o cérebro, as meninges. A doença pode ser propagada através de gotículas num raio de dois metros como explica o Delegado de Saúde de Coimbra, José Pereira de Almeida. Embora a doença tenha um risco de contágio de cerca de 30 por cento, deve ser combatida de forma célere devido à sua gravidade.
Por recomendação do José Pereira de Almeida foram rastreados os possíveis infetados. Colegas e pessoas com ligações ao aluno foram notificadas para “fazer uma quimioprofilaxia, ou seja, administração de um medicamento que os protege de contágio” explica o delegado de Saúde de Coimbra. De acordo com a reitoria, foram identificadas perto de 200 pessoas com ligação ao aluno e este encontra-se internado no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra a evoluir de forma favorável.
Segundo José Pereira de Almeida, “estima-se que 25 por cento da população seja portadora da bactéria na sua nasofaringe”, mas só pessoas com um sistema imunitário fragilizado é que desenvolvem os sintomas. O problema reside quando a “bactéria passa para a corrente sanguínea, espalha-se até ao sistema nervoso e por consequência atinge as meninges”, elucida. A meningite bacteriana tem como sintomas a febre alta, rigidez da nuca, dores de cabeça, grande dificuldade em levar o queixo ao peito, erupções cutâneas, vómitos em forma de jato e convulsões. De acordo com o delegado de Saúde de Coimbra, o único hospedeiro da bactéria é o ser humano, sendo que a mesma sobrevive pouco tempo em superfícies.
Até ao momento, o comprimido está disponível no DEI e nas instalações de saúde do Polo I. Estima-se que mais de 500 pessoas tenham pedido o comprimido. A reitoria da UC confessa que prefere “pecar por excesso e não existem razões para pânico, sendo que o surto foi controlado numa altura precoce”.
