Desporto

João Carlos Pereira quebra maré de derrotas da Académica

Briosa aumenta vantagem sobre a zona de despromoção. Próxima jornada reserva reencontro com antigo técnico dos estudantes. Texto e fotografias por Carina Costa e Filipe Silva

Numa tarde de domingo marcada pelo mau tempo, em que a chuva foi presença constante, Académica e Casa Pia defrontaram-se 80 anos depois, com a vitória a sorrir de novo à equipa dos estudantes. Para o encontro da 12ª jornada da II Liga portuguesa, João Carlos Pereira não pode contar com quatro jogadores: Arghus, Fernando Alexandre, Chaby e Hugo Almeida, todos a recuperar de lesões. Dessa forma, o onze escalado foi Mika na baliza, secundado pelo quarteto composto por Mike, Zé Castro, Silvério e Mauro Cerqueira. O meio campo a três, composto por Ricardo Dias, Marcos Paulo e João Mendes, foi um apoio mais atacante ao trio da frente, com Barnes na direita, Traquina na esquerda e Derik ao centro.

As equipas começaram com determinação, tendo em vista os três pontos que ambas ambicionavam. O desejo de sair da zona de manutenção fez-se sentir, mas foi a Académica que estreou o marcador com um golo de Marcos Paulo aos cinco minutos, assistido por Mauro Cerqueira. Derik rematou forte à barra da baliza do Casa Pia, levando os adeptos ao rubro. A bola sobrou para a esquerda do ataque estudantil, com Mauro a fazer uma boa jogada individual, cruzando rasteiro, com a bola a cruzar toda a grande área. Marcos Paulo, livre de marcação, rematou perto da marca de grande penalidade, sem hipótese de defesa para Rodolfo Barata.

O jogo parecia encaminhar-se para uma vitória fácil dos homens da casa, mas, três minutos volvidos, o Casa Pia chega ao empate. Os visitantes, na sequência da cobrança rápida de uma falta a meio-campo, apanharam a defesa da Académica em contra-pé, com Kenidy a surgir isolado na pequena área da Briosa e a repor a igualdade no marcador, num lance muito contestado pelos homens da casa.

O jogo continuou num vaivém de ataques e contra-ataques, sem real perigo para ambos os guarda-redes, e com várias faltas assinaladas para ambos os clubes. Ao fechar a primeira parte, Marcos Paulo sofre uma lesão e é substituído por Leandro Silva, fazendo regressar ao Calhabé o espetro das lesões em primeiras partes. As duas equipas ainda tentam aproveitar o tempo que sobra com vários remates às balizas, mas acabaram por manter o empate.

O Casa Pia regressou dos balneários com vontade de mudar o rumo dos acontecimentos, mas encontrou na Académica um obstáculo intransponível. Ao contrário do primeiro tempo, que foi mais equilibrado, a segunda metade foi dominada pelos estudante, com o Casa Pia a sair pouco do seu meio-campo.

Apesar desta dominância, foi preciso esperar até aos 63 minutos para que Barnes, assistido por Traquina, desfizesse o empate. O 20 da Académica, após uma jogada na esquerda, entrou na área do Casa Pia e cruzou rasteiro, com a bola a passar toda a pequena área e a encontrar Barnes, que não falhou perante a baliza aberta.

Este golo serviu para abrir o apetite do avançado ganês, que passados quatro minutos voltaria a fazer levantar as bancadas. Na sequência de um lançamento de linha lateral dos visitantes, e de uma interceção dos estudantes, a bola acaba em Barnes, que a domina no peito e remata de primeira do meio da rua, com a bola a passar por cima de Rodolfo Barata, que estava adiantado.

O restante tempo de jogo foi marcado por mais substituições de ambas as equipas, mas o resultado manteve-se. Aos setenta e cinco minutos o médio brasileiro, Sávio Roberto tenta atenuar a derrota com um remate de livre, mas Mika não permitiu que o tiro fosse certeiro. Daí até final, o Casa Pia tentou pressionar um pouco os estudantes, que iam respondendo em contra-ataque, mas sem que o resultado se viesse a alterar.

Na conferência de imprensa, o treinador do Casa Pia, Rui Duarte, reconheceu a boa atitude e organização da sua equipa na primeira parte, mas, após o segundo golo sofrido, não conseguiram reagir e as alterações feitas à equipa acabaram por prejudicar o onze. Questionado sobre a forma de dar a volta à situação, o treinador diz que é muito cedo para “atirar a toalha ao chão, porque a primeira volta ainda nem acabou”.

Já o treinador da Académica, João Carlos Pereira, mostrou-se ambicioso para o encontro seguinte contra o Sporting da Covilhã, ao afirmar que a preparação para o próximo adversário “começa já hoje”. “Não faz sentido nenhum ganhar um jogo sem começar a próxima vitória”, sublinhou o treinador. Sobre a questão de reforçar o plantel no mercado de janeiro, João Carlos Pereira disse que ainda está a conhecer os jogadores, mas “não é a favor de mexer por mexer”. Para o técnico, “o sucesso da equipa está na continuidade do grupo de trabalho”.

Também presente na conferência de imprensa, ao lado do seu treinador, esteve Traquina. O extremo admitiu que, após as três derrotas consecutivas, sente alívio “com esta vitória que têm vindo a procurar há muito tempo”. Como um dos jogadores mais experientes do plantel, tenta analisar as coisas da maneira mais fria para manter a moral dos restantes jogadores em alta, apesar das dificuldades.

Com esta vitória, os estudantes subiram para o 15º posto, agora 12 pontos. O encontro da próxima jornada, no próximo dia 15 de dezembro, tem lugar na Covilhã, frente ao Sporting local, treinado por Ricardo Soares.

Com Paulo Sérgio Santos

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