Ciência & Tecnologia

Equações e música em discussão no Rómulo

Simão Moura

Luís Adriano Oliveira volta ao Rómulo no último evento do ano. A melodia “Moldava” é apresentada através da matemática. Por Simão Moura

“A música é a banda sonora do filme das nossas vidas”. Quem o diz é Luís Adriano Oliveira, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra (UC). O palestrante esteve esta terça feria, dia 17, no RÓMULO Centro Ciência Viva da UC e explicou como uma equação pode ser dotada de significado lírico e poético.

Luís Adriano Oliveira começou por questionar se haveria uma melodia que estivesse associada a expressões matemáticas. Como resposta, apresentou a equação de Navier-Stokes, usada para descrever o comportamento de fluídos. “Esta fórmula tem a sua estética”, defende.

A ideia surgiu de forma “muito intuitiva”, quando este se apercebeu do que se tratava a música “Moldava”, de Beldrich Smetana. O professor aplicou a fórmula à melodia que foi criada para acompanhar o percurso do rio do mesmo nome e apresentou-a como uma metáfora da vida humana. Em suma, descreveu o comportamento do rio, e a experiência humana, em cada uma das suas fases através do comportamento da água, calculado com a equação de Navier-Stokes.

O professor divide a viagem em dez fases. Tal como no início da vida, também a nascente do rio é calma. À medida que se avança no curso de água, a velocidade e atrito aumentam. Por vezes, o percurso enfrenta períodos de maior agitação e a  música fica mais intensa. Na zona em que desagua no rio Elba, tal como no final da vida, a calma regressa e “todas as variantes da equação tendem a parar lentamente”, explica.

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